Acostumada a proteger especimes silvestres ameaçados de extinção, a Polícia Federal agora quer preservar a existência de uma “espécie” que ela própria colocou em risco: falamos dos Agentes de Telecomunicações e Eletricidade (ATEs), categoria cada vez mais rara no “ecossistema” do órgão.

Em reunião com o diretor de Tecnologia de Informação e Inovação (DTI), William Marcel Murad, o SinpecPF apurou que a PF está dando contornos finais a pedido para que a Presidência da República edite decreto revogando a extinção do cargo de ATE. Com isso, o órgão pretende preservar os cargos existentes hoje. Desde 2010, em função do Decreto nº. 7.164, os cargos de ATE deixam de existir a cada nova vacância, não sendo possível realizar concurso para repor o quantitativo.

“Colocar o cargo de ATE em extinção foi um erro, não há dúvidas quanto a isso. Estamos tentando corrigi-lo”, explicou Murad. Segundo o diretor, o processo está na DTI para adequações. O que o órgão deseja é reforçar os argumentos em prol da revogação da extinção. “Concluímos há pouco estudo acerca da importância da ‘comunicação crítica’ para o órgão. Os ATEs são parte primordial nesse processo”, explicou.

Após os trâmites na DTI, o processo retornará para a Diretoria de Gestão de Pessoal, onde passará pelos últimos ajustes antes de ser encaminhado à Direção-Geral para aprovação. De lá, a expectativa é que a demanda seja encaminhada para o Ministério da Justiça. Vale destacar que não há qualquer tipo de impacto financeiro no pedido, o que deve facilitar a aprovação do mesmo nas esferas superiores do governo.

“Informo aos colegas ATEs que o sindicato trabalhará para que essa demanda caminhe o mais rápido possível até a Presidência da República”, garante o presidente do SinpecPF, João Luis Rodrigues Nunes. Na avaliação dele, revogar a extinção dos ATEs é uma iniciativa que só traz benefícios. Além de corrigir uma injustiça para com a categoria, fortalece a instituição, preservando a mão de obra responsável pelos serviços de comunicação.