O processo que pede a correção da amplitude remuneratória da carreira administrativa da Polícia Federal voltará a tramitar em breve. Quem garante é o diretor-geral do órgão, Maurício Valeixo, que se reuniu nesta sexta-feira (1º) com representantes do SinpecPF para tratar do tema. De acordo com Valeixo, a questão segue sendo prioritária para a Administração.

“Vamos fazer alguns ajustes na tabela. Esse foi o motivo de o processo ter permanecido parado por algum tempo”, explicou Valeixo, sem entrar em maiores detalhes sobre que mudanças seriam essas — apesar da grande insistência do sindicato nesse tema. Segundo o diretor-geral, quando a reanálise for concluída, a nova tabela será entregue ao SinpecPF para ser submetida à apreciação da categoria.

Pela proposta do sindicato, a diferença salarial verificada entre cada padrão da carreira administrativa subiria de 0,47% para 2,45% nos cargos de Nível Intermediário, e de 1,99% para 2,45% nos cargos de Nível Superior. Essa alteração possibilitaria um significativo ganho salarial no final da carreira, especialmente para os cargos de Nível Intermediário, cuja remuneração do último padrão saltaria dos atuais R$ 5.298,82 para R$ 7.855,52.

Graças ao trabalho do sindicato na construção de argumentos em prol da correção da amplitude, a Direção-Geral avalia já dispor das justificativas necessárias para defender o ajuste junto ao Ministério da Economia. O entrave seria o momento político. Para a Administração, é difícil defender uma melhoria salarial — por mais justa que ela seja — em um momento em que o Governo trabalha em cortes de gastos.

Outros temas — A reunião também tratou de outros temas de interesse da categoria administrativa. Em relação ao teletrabalho, o sindicato destacou a apreensão de parte considerável da classe em relação à possibilidade de que alguns diretores e chefes vetem a prática em suas unidades. Tal hipótese foi rechaçada pela Direção-Geral.

Com o apoio do diretor de gestão de pessoal, Delano Cerqueira Bunn, Valeixo explicou que, durante o primeiro trimestre, o teletrabalho ficará restrito à DGP, numa verdadeira fase de testes. O objetivo é definir os ajustes necessários às normas que regem a modalidade antes de expandi-la para as demais diretorias e para as superintendências. “Trata-se de um tema muito novo”, frisou Delano. “Estamos sendo cautelosos para evitar que algum ponto não previsto inicialmente coloque o programa em xeque”, argumenta.

O sindicato também questionou a Administração sobre outro tema relacionado ao bem-estar do servidor: a instituição de novo programa de atividade física para a categoria administrativa. O sindicato já ingressou com novo pedido a respeito do tema, processo esse que foi remetido para análise do Serviço de Educação Física, onde atuam parte dos técnicos em assuntos educacionais da categoria. De acordo com o DGP, a intenção é renovar os argumentos em prol do benefício.

Sobre a reestruturação da carreira, a Administração reafirmou o interesse de ver o tema tratado no escopo de uma nova Lei Orgânica. Contudo, o debate sobre a matéria terá de esperar o fim das discussões relativas à Reforma da Previdência. “São dois temas prioritários e nossa avaliação é que tanto a Administração quanto as entidades não devem travar essas duas lutas ao mesmo tempo”, ponderou o diretor-geral.