Os servidores do plano Especial de Cargos do Departamento de Polícia Federal devem paralisar suas atividades no próximo dia 15 de abril! Esta é a opinião dos servidores do PECPF lotados nas unidades do Distrito Federal, que, cansados de esperar ações concretas do governo no sentido de reestruturar a categoria administrativa da PF, participaram em massa da Assembleia Geral Extraordinária realizada pelo SINPECPF nesta quinta-feira (8), em frente ao Ed. Sede da PF.

Logo no início dos trabalhos, a presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira, informou os presentes sobre a reunião entre o diretor de gestão de pessoal da PF, Joaquim Mesquita, e o secretário de recursos humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, na qual foram debatidas uma série de demandas relativas à PF. Entre elas, a reestruturação da categoria administrativa. Segundo Mesquita, o Planejamento se disse disposto a abrir uma janela para negociações nos próximos dias. “Queremos falar com o Planejamento o quanto antes”, declarou a presidente. “Contudo, não posso admitir que falem em ‘abertura de negociações’ a esta altura”, ponderou, lembrando que o Planejamento já havia analisado a matéria em 2009, quando ela ainda fazia parte do projeto de Lei Orgânica da PF.

A presidente continuou seu discurso enfatizando a importância de a categoria estar unida no intuito de pressionar a Administração. “Para que a paralisação tenha êxito, é preciso que a categoria pare de verdade. Prefiro perder um dia de trabalho a ficar mais anos e anos sem receber a valorização que me é devida”. A diretora de assuntos parlamentares do SINPECPF, Pauleana Martins Nunes, endossou o discurso da presidente, acrescentando ainda que nenhum servidor administrativo deve por um pé dentro do DPF durante a paralisação. “Há anos escutamos promessas e discursos vazios sobre valorizar o servidor administrativo. A direção do órgão vende a imagem de uma Polícia Federal perfeita e estruturada para a opinião pública, dizendo que até 2022 seremos referência internacional. Pois bem! Isso é mentira!!! Não podemos esperar até 2022 para termos nossa carreira reestruturada. Devemos lutar, e o momento é agora!”, declarou ela.

Para tranqüilizar a todos que se mostraram preocupados com uma represália da direção da Polícia Federal, a presidente do SINPECPF assegurou que o SINPECPF irá resguardar o direito de todos servidores que paralisarem suas atividades, filiados ao sindicato ou não. “Devemos estar todos aqui, sem medo”, concluiu.

Paralisação conjunta com os policiais, ou não?

A questão da data em que paralisação deve ser realizada também foi abordada durante a Assembleia. O presidente do Sindipol/DF, Cláudio Avelar, compareceu à Assembleia do SINPECPF para tentar convencer os servidores do PECPF a paralisar suas atividade juntamente com os policiais federais, no próximo dia 14 de abril. “Para que o órgão pare de verdade, é preciso paralisar nossas atividades juntos”, argumentou.

A presidente e a diretora de assuntos parlamentares do SINPECPF expuseram suas opiniões, discordando de Avelar. Na opinião delas, a demanda dos servidores administrativos é distinta da dos policiais, e a categoria não pode correr o risco de fazer mera 'figuração' durante a paralisação do dia 14. “Não iremos fazer número para alavancar a causa de uma categoria que nunca esteve do nosso lado quando realmente precisamos”, afirmou Pauleana. “As coisas poderiam ser diferentes caso o compromisso deles fosse além dos discursos que fazem aqui. Porém, nas mesas de negociações, eles se importam apenas em aprovar o que é do interesse deles. Nunca se prestaram a defender as nossas demandas”, completou.

Avelar tentou se justificar, dizendo não poder ser responsabilizado pelos erros do passado. “A minha diretoria sempre esteve ao lado de vocês”, respondeu. Contudo, após ser confrontado por servidores que pediram um apoio formal e escrito do Sindipol-DF, Avelar se esquivou. “Não posso responder pelos policiais de todo o país, pois o Sindipol/DF representa apenas os policiais da capital federal. Este compromisso deve ser firmado pela Fenapef”, declarou.

Após as manifestações, a presidente do SINPECPF colocou em votação a decisão por uma paralisação. Em uma decisão quase unânime, os servidores apoiaram a realização de uma paralisação. Em seguida, Leilane pediu para que a categoria deliberasse em relação ao dia em que esta paralisação deveria ocorrer. Novamente por ampla maioria, a categoria manifestou-se favorável a parar as atividades no dia 15 de abril.

Vale destacar que o sindicato espera a manifestação formal dos servidores de cada estado em relação a realização da paralisação, bem como sobre a data em que esta deverá acontecer. Cada estado deverá se pronunciar até as 12h00 da próxima sexta-feira (9).