O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve adotar uma solução caseira para substituir o ministro da justiça, Tarso Genro. Genro vai desincompatibilizar-se no início do próximo ano para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul. O favorito ao cargo é o atual secretário-executivo da Pasta, Luiz Paulo Barreto. Genro indicou o nome do secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo, como seu substituto. Mas, segundo apurou o Valor, Lula resiste à alterações políticas no último ano de mandato, por temer a paralisia do governo.

Segundo um ministro próximo do presidente, qualquer novo ministro leva, pelo menos, seis meses para entender o funcionamento da máquina administrativa. Como as substituições devem acontecer em abril – Genro pediu pessoalmente ao presidente para ser liberado em janeiro, pois pretende estudar e descansar antes de iniciar a campanha – os novatos só estariam ambientados em outubro, três meses antes do término da gestão de Lula.

Genro queria emplacar Cardozo por ser um integrante de sua corrente no PT, a Mensagem ao Partido. Por não ter certeza se Lula concordaria com a indicação. Genro também decidiu inscrever o aliado como candidato da corrente à presidência do partido, nas eleições de novembro. Procurado pelo Valor, Cardozo disse que será candidato a presidente do partido.

Lula pode decidir esta semana duas outras trocas na Esplanada, antes da sequência de viagens internacionais que anunciará a partir do dia 22. A primeira é a escolha do substituto de José Múcio Monteiro na coordenação política. O mais forte candidato, caso continue preferindo o modelo a ser seguido na Justiça, é o subchefe de assuntos federativo, Alexandre Padilha. Lula também deve indicar o advogado-geral da União, José Dias Toffoli, para substituir Carlos Alberto Menezes Direito no Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Valor Econômico