O novo diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, abriu as portas de seu gabinete para receber o SinpecPF na tarde desta quarta-feira (16). Para quem acredita na simbologia dos atos, um pequeno detalhe ganha relevo: o sindicato foi a primeira entidade de classe a se reunir formalmente com o novo DG. “Sei da importância dos administrativos”, garantiu, comprometendo-se a trabalhar para que a categoria volte a se sentir prestigiada no órgão.

Entre 2011 e 2012, Valeixo esteve à frente da Diretoria de Gestão de Pessoal, onde ficou a par de reivindicações históricas da classe administrativa, tais como reestruturação da carreira, correção da amplitude salarial e regulamentação das atribuições. Ele sabe que o caminho para a valorização da carreira passa pela solução dessas questões. Por isso, afirmou que dará seguimento aos processos negociados com a administração anterior. A prioridade será a questão da amplitude.

“Pretendemos dar celeridade ao que já foi negociado”, explicou. Assim, além da amplitude salarial, questões como a reformulação dos critérios para progressão da categoria (para que todos passem a progredir em 12 meses), a revogação do ato que extinguiu o cargo de Agente de Telecomunicação e Eletricidade e a instituição de Retribuição por Titulação (RT) e de Gratificação por (GQ) devem receber respostas mais rapidamente. Vale destacar que todas essas questões seguirão tratadas com o diretor de gestão de pessoal, Delano Cerqueira Bunn, que foi mantido no posto e participou da reunião.

Além de dar continuidade aos processos em tramitação, Valeixo se comprometeu a reexaminar outras pautas de interesse da categoria. É o caso do reestabelecimento da atividade física, a qual Valeixo não disse se opor.

Lei-Orgânica — Naturalmente, o sindicato aproveitou o encontro para esclarecer os boatos acerca do novo projeto de Lei Orgânica da Polícia Federal. Informações veiculadas pela imprensa davam conta de que a questão é prioritária para o órgão e que um texto seria remetido ao Congresso Nacional nos próximos dias.

“Isso não procede”, garante Valeixo. “É claro que nós desejamos construir uma Lei Orgânica, mas essa proposta ainda precisa ser debatida internamente, com as entidades de classe. Isso leva tempo”, explicou. Segundo o diretor-geral, não adianta encaminhar um projeto ao Congresso enquanto alguns pontos controversos sobre o tema não forem apaziguados, pois a proposta não seria sequer votada. Além disso, o momento político não seria oportuno, tendo em vista que o foco do órgão e das próprias entidades de classe recairá nos debates sobre a Reforma da Previdência nos próximos meses.

Ainda sobre a Lei Orgânica, Valeixo assegurou que o SinpecPF participará dos debates que ajudarão a construir um novo texto. “Esse tema será debatido em conjunto com as entidades de classe, no momento certo”, afirmou.