Os servidores administrativos da PF (Polícia Federal) irão manter o calendário de paralisações iniciado no dia 5 de junho mesmo após reunião, nesta quarta-feira, com integrantes dos ministérios de Planejamento e Justiça para discutir as reivindicações dos grevistas.

Segundo a presidente do sindicato, SINPECPF (Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da PF), Hélia Cassemiro, houve pouco avanço nas negociações e se a situação não for resolvida até o final de junho, a categoria entrará em greve por tempo indeterminado a partir de julho. “Precisamos ter uma garantia de que haverá maior disposição do governo”, afirma.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, nesta quinta-feira (14) deverá ser publicado no “Diário Oficial” da União uma portaria criando um grupo de trabalho para discutir a reestruturação de cargos da categoria, um dos itens constantes na pauta de reivindicações dos servidores. Ainda segundo a assessoria da pasta, um levantamento será realizado para avaliar qual será o impacto econômico-financeiro da equiparação dos salários dos servidores administrativos da Polícia Federal aos do Ministério Público e do Judiciário.

Ainda segundo o sindicato, as negociações com a categoria iniciadas no mês de junho do ano de 2006 pouco avançaram. A greve de 72 horas iniciadas na terça-feira (12) terá continuidade hoje. Além desta semana estão estão previstos atos de terça a quinta das próximas duas semanas de junho (dias 19, 20 e 21; e 26, 27 e 28).

Efeitos

Os servidores administrativos da PF exercem serviços internos nos setores de logística e protocolo da instituição, como, por exemplo, serviços de pagamentos, controle de produtos químicos, registro e concessão de portes de armas de fogo, fiscalizações de serviços de segurança privada, tramitação de inquéritos policiais e um dos principais serviços à população, a emissão de passaportes.

Devido a greve, as constantes filas para retirada de passaportes no prédio da sede da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa (zona oeste), estão ainda maiores. O setor de passaportes do aeroporto Juscelino Kubischeck, em Brasília (DF), não abriu suas portas ontem e hoje só foram feitas emissões de passaportes já confeccionados.

Reivindicações

Os administrativos reivindicam um plano de reestruturação da carreira; a equiparação de seus salários aos de outros servidores administrativos federais –o que elevaria os rendimentos iniciais de R$ 1.900 para R$ 3.000–; e o fim das terceirizações.

Outro ponto que os servidores querem discutir é a terceirização de serviços. Hélia dá como exemplo a PF em São Paulo, onde, segundo a sindicalista, existem 153 servidores do plano especial e 415 terceirizados.

O movimento dos servidores administrativos da PF é paralelo ao dos servidores que exercem carreiras policiais na instituição e que também estão em campanha salarial. Os policiais têm cargos de delegados, agentes, escrivães, peritos e papiloscopistas.

da Folha Online