O serviço de inteligência das forças de segurança do Estado de São Paulo prendeu, desde o início dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio, 25 mulheres ligadas a líderes criminosos. Todas elas operavam centrais telefônicas clandestinas para a facção. Somente na região do ABC Paulista, mulheres chefiavam 17 das 25 centrais encontradas pela polícia.

Em todo o Estado, 49 pessoas já foram cadastradas como operadoras do chat (bate-papo por telefone) criminoso. As mulheres geralmente estão ligadas a membros do PCC por laços familiares ou afetivos. É comum encontrar mães, irmãs e namoradas de presos atuando como telefonistas da organização.

“Hoje elas comandam as centrais. Os homens estão perdendo espaço porque são mais bem aproveitados nas ações terroristas”, diz o delegado Paul Henry Borzon Verduraz, do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), em São Bernardo do Campo.

De acordo com a Folha de S.Paulo, as ações coordenadas por criminosos do PCC são favorecidas pelo uso de telefones celulares, fora ou, irregularmente, dentro das cadeias. Nesses locais, mulheres realizam transferências de chamadas para a convenção criminosa. Desta forma, a facção consegue controlar o tráfico de drogas ou planejar seqüestros e homicídios. Mais de 50 mortes foram atribuídas ao PCC nas duas últimas ondas de ataques no Estado de São Paulo (12 a 19 de maio e a partir de 11 de julho).

As centrais, geralmente, são descobertas por meio de denúncias anônimas. Devido ao fato desses locais serem usados pelo PCC, empresas de telefonia avisam aos policiais quando há falta de pagamento das contas. Isso ajuda a Justiça a autorizar os “grampos” nas centrais.

Na última quinta-feira, a polícia descobriu uma nova central clandestina em São Bernardo do Campo. Foram detidas mãe, filha e uma jovem.

  Redação Terra