O encontro promovido pelo SINPECPF na manhã de hoje (11) junto aos servidores lotados nas unidades da PF do Setor Sudoeste de Brasília serviu, antes de tudo, como cartão de visitas da presidente Leilane Ribeiro de Oliveira e do sindicato como um todo. Isso porque muitos dos presentes ainda não tinham tido contato com a atual gestão, mostrando-se desconfiados quanto à condução dos trabalhos sindicais, algo que mudou completamente após cerca de três horas de um debate rico e extremamente produtivo.

Feitas as apresentações iniciais, Leilane passou a explicar a situação das principais demandas da categoria uma a uma, com o auxílio do advogado Miguel Rodrigues Nunes Neto. Como de costume, a reestruturação da carreira rapidamente dominou o debate, com a presidente esclarecendo a estratégia de lutar pelo processo em duas frentes: na Lei Orgânica da Polícia Federal e junto ao Ministério do Planejamento, por meio de projeto específico. “Podíamos ter optado por concentrar esforços em apenas uma frente, mas negociar paralelamente não trouxe prejuízo para nenhuma das negociações”, ponderou. “Além do mais, não podíamos deixar de marcar presença nos debates da Lei Orgânica”, completou.

Na avaliação da presidente, o corpo a corpo feito junto aos parlamentares durante o ano passado para contextualizá-los sobre a importância da reestruturação pode render frutos no decorrer de 2011, pois a Lei Orgânica deve voltar à pauta do Legislativo e o projeto de reestruturação em análise no Ministério do Planejamento também terá de ser examinado pelo Congresso no futuro. “Foi importante mostrarmos a cara, para que os parlamentares nos conhecessem e entendessem o nosso problema”.

Sobre as negociações pela aprovação de uma nova tabela salarial, a presidente explicou que ainda não pode divulgar os valores acordados junto às demais entidades de classe da PF, mas adiantou que, caso aprovada, a tabela representará a valorização pela qual a categoria vem lutando há anos. “Nosso diretor-geral foi claro ao dizer que só irá apoiar uma proposta que contemple todas as categorias. Temos que lutar para que isso realmente aconteça, pois o reconhecimento profissional anda junto com a questão salarial”, frisou.

Os contratos que o SINPECPF pretende firmar com planos de saúde também foram abordados no encontro. Leilane revelou que o sindicato já recebeu quatro propostas de operadoras diferentes, e que assim que os contratos estiverem assinados, o sindicalizado poderá optar pela empresa que melhor irá atendê-lo, sem necessidade de carência no serviço ou de taxa de adesão para tanto.

Outro ponto central na conversa foi a questão da motivação do servidor no desempenho de suas funções. Após ouvir uma série de relatos pessoais sobre problemas enfrentados no ambiente de trabalho, Leilane confessou que também já sofreu por sentir que sua dedicação ao órgão não era devidamente recompensada. “É por isso que eu estou hoje lutando para que sejamos valorizados”, afirmou, cobrando de todos mais participação nas atividades sindicais. “Eu mesma tive divergências com o sindicato no passado, mas nunca pedi minha desfiliação e hoje atuo como dirigente”, ressaltou.

Entre as sugestões apresentadas para melhorar a atividade sindical, ganhou destaque a que propõe que o SINPECPF desenvolva grupos de trabalho com servidores interessados em tomar parte nas atividades do sindicato, num processo que também auxiliaria na transição de poder. “É uma proposta interessante, que pode ser debatida durante o Encontro Nacional de Representantes”, avaliou a presidente.