A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) realizou na manhã de ontem (24) ato público em protesto contra o descaso do Governo para com a PF. A manifestação contou com presença de agentes, escrivães, papiloscopistas e também de servidores administrativos, formalmente liberados pelo SINPECPF. Unidos pela insatisfação, os servidores reivindicaram o fim da terceirização irregular, a implementação do adicional de fronteira e um ponto final nos assédios morais que instauraram um clima de terror na instituição.

O clima de decepção entre os presentes ao protesto era quase palpável. O presidente da Fenapef, Marco Vinícius Wink, pediu a todos que não se entregassem e alertou sobre a necessidade de uma forte mobilização dos servidores para que o Governo deixe de “enrolar” na condução de demandas de interesse da PF.

As principais críticas de Wink miraram a demora do Governo em tirar o Plano Estratégico de Fronteiras do papel. Na opinião dele, o Governo deveria implementar imediatamente, por meio de medida provisória, o adicional de fronteira para os servidores da PF que atuam nessas regiões. O presidente da Fenapef cobrou ainda mais recursos para a melhoria de instalações e dos equipamentos da instituição nas zonas fronteiriças.

Os policiais também criticaram duramente a terceirização irregular que hoje assola PF, lembrando que a manutenção desses profissionais, na maioria das vezes, sai mais cara que a de um servidor administrativo. Presidentes de sindicatos estaduais da categoria policial e diretores da Fenapef cobraram medidas nesse sentido e manifestaram apoio à reestruturação da carreira administrativa.

Com a palavra, o SINPECPF – A presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira, participou da manifestação e usou o microfone para revelar que o Tribunal de Contas da União recentemente publicou acórdão determinando que a terceirização irregular na administração pública federal cesse até o final de 2012. Leilane garantiu que o sindicato seguirá denunciando irregularidades nos contratos mantidos pela PF e pediu o apoio dos colegas policiais nesse processo.

A presidente também conclamou todas as entidades de classe da PF a se unirem na luta pela implementação do adicional de fronteira. “Esta luta deve ser de todos, pois todos serão beneficiados”, lembrou. Com relação ao tema, a presidente fez apenas uma ressalva: as dificuldades enfrentadas nas fronteiras são iguais para todas as categorias – de delegados a servidores administrativos – e que por isso, o adicional deve ser estipulado em valor fixo, igual para todos, e não em um percentual sobre o salário, o que beneficiaria aqueles que hoje ganham mais.