Depois de delegados e agentes, agora é o pessoal administrativo da Polícia Federal quem marcou protesto de 24 horas por reajuste de salário. Eles decidiram suspender as atividades no dia 11 de abril para pressionar o governo a enviar ao Congresso Nacional um projeto de um novo plano de cargos e salários da categoria, que reúne 4,4 mil servidores em todo o país.

“O projeto foi construído no ano passado e esperávamos que o governo encaminhasse ao Congresso até março, mas ele está engavetado no Ministério da Justiça”, reclama a presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Administrativos do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (Sinpecpf), Hélia Cassemiro.

Segundo ela, o projeto prevê a contratação de três mil novos servidores — sendo 1 mil de nível superior e 2 mil de nível médio — para substituir agentes, delegados, escrivães e papiloscopistas que hoje desempenham tarefas administrativas. “Cerca de 30% do quadro de policiais está desviado da função”, calcula a presidente do sindicato da categoria.

De acordo com os servidores administrativos, a paralisação do dia 11 de abril prejudicará serviços essenciais da PF, como a tramitação dos inquéritos, andamento das operações, além da emissão de passaportes e prorrogação de vistos. Nesse dia eles também devem aprovar a decretação de uma greve geral da categoria.

Luís Oswaldo Grossmann

da equipe do Correio

Foto: Wilson Araújo