O SINPECPF também se reuniu nessa quinta-feira (24) com o coordenador de recursos humanos da Polícia Federal, Delano Cerqueira Bunn, e questionou ele sobre o andamento de demandas de interesse da categoria administrativa. Entre as pautas em debate estavam a nomeação dos novos servidores, os concursos de remoção e o retorno do projeto de reestruturação da carreira administrativa para a Polícia Federal.

O projeto de reestruturação que retornou à Polícia Federal é aquele encaminhado oficialmente pelo Ministério da Justiça ao Ministério do Planejamento em 2010. A proposta pede a criação de uma nova carreira, na qual os atuais servidores passariam a ser Analistas (cargos de nível superior) e Técnicos da Polícia Federal (cargos de nível intermediário).

Delano revelou que foi ele quem pediu que a proposta regressasse à Polícia Federal. “O projeto estava parado. Trouxemos ele de volta para melhorar a justificativa e reenviá-lo, garantindo assim que ele não fosse engavetado no Planejamento”, explicou. O coordenador entende que, passados quatro anos, os argumentos em torno da reestruturação e do pedido de criação de novas três mil vagas precisam ser atualizados. Para tanto, ele pretende convocar especialistas no assunto dentro do próprio PECPF.

O coordenador ficou decepcionado ao saber que nem mesmo o diretor-geral tem uma previsão de quando serão nomeados os novos servidores. Sobre o tema, ele adiantou uma má notícia, apurada junto ao Planejamento: o Governo não tem intenção de chamar os excedentes do concurso em um primeiro momento, apesar da carência de pessoal enfrentada pela PF.

O presidente em exercício do SINPECPF, João Luis Rodrigues Nunes, e a suplente de diretoria Jacqueline Rodrigues demonstraram preocupação com a demora nas nomeações. “Sabemos de casos de aprovados que deixaram os empregos para assumir o cargo. É revoltante”, argumentou João. “Não queríamos que fosse assim. O Planejamento nos garantiu que a nomeação aconteceria no dia 2 de julho”, esclareceu Delano, afirmando que a PF tem pressionado pelas nomeações, reforçado a necessidade de pessoal em cada oportunidade.

Remoções — Outra preocupação manifestada pelo sindicato é com o andamento dos Concursos de Remoções. Como a PF sempre relacionou o processo à posse dos novos colegas, há grande temor entre os atuais servidores de que as remoções só sejam efetivadas no final do prazo estipulado — dezembro deste ano.

Dado o atraso nas nomeações, Delano assegurou que a PF tomará providências para que as chefias comecem a autorizar as remoções, independentemente da posse dos novos servidores. “Vamos instruir as chefias a autorizar as remoções desde já, paulatinamente, para que nenhum setor fique engessado”.

Delano também explicou os critérios por trás do concurso de remoções para os servidores que tiveram os cargos colocados em extinção. Fruto de acordo com o SINPECPF, o processo anteriormente previa que os servidores fossem removidos “a pedido”. Ocorre que o Art. 5º da Instrução Normativa nº. 64/2012 é taxativa quanto aos casos em que a Administração pode praticar tal tipo de remoção. “Houve erro da nossa parte e para honrar o compromisso, optamos pelo concurso”.

Para definir as vagas, a PF analisou os pedidos de remoção encaminhados pelos servidores através do SINPECPF e ofereceu o dobro de oportunidades em cada unidade solicitada. “Havia um pedido para a SR/PB, daí oferecemos duas vagas lá, e assim por diante”, explicou. A administração também decidiu oferecer as vagas resultantes das desistências do concurso de remoções para o cargo de agente administrativo, buscando oferecer outras oportunidades.

Ao final do encontro, Delano confirmou que haverá novo recrutamento para a Academia Nacional de Polícia. “Primeiro vamos finalizar os processos em andamento. Depois promoveremos novo recrutamento”.