Em ato marcado por palavras de ordem contra o tratamento que governo dispensa ao funcionalismo, o Fórum de Entidades do Serviço Público Federal lançou na manhã desta quarta-feira (5) a Campanha Salarial Unificada 2014. A concentração de servidores aconteceu em frente ao Ministério do Planejamento e culminou com os representantes de classe sendo recebidos pela equipe de negociação do MPOG. A presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira, participou da reunião.

Participaram da reunião, representando o governo, o chefe de gabinete do Planejamento, André Bucar, e o secretário de relações de trabalho, Sérgio Mendonça. Durante cerca de uma hora e meia, eles ouviram reclamações variadas por parte das entidades de classe, que iam desde a ausência de política salarial permanente até o não cumprimento de acordos firmados com o funcionalismo, passando pelo congelamento de benefícios.

Confrontados com a afirmação do governo de que houve ganhos salariais nos últimos anos, os representantes de classe rebateram lembrando que os 15,8% acordados em 2012 e parcelados em três anos sequer repõem a inflação do período. “Estamos em um ano atípico não queremos ser obrigados a recorrer a expedientes mais duros de negociação”, pontuou Paulo Barela, da CSP Consultas. “A sociedade quer serviço público ‘padrão Fifa’, e isso começa com a valorização do servidor”, completou.

Ainda aproveitando o gancho da Copa do Mundo, os representantes de classe lembraram que as obras relacionadas ao mundial sofreram diversas repactuações financeiras ao longo da preparação para os jogos. “Sempre que encontravam um problema, faziam um ajuste. Por que isso não pode acontecer com o nosso acordo salarial?”.

A presidente do SINPECPF frisou que os servidores públicos estão impacientes e esperam uma resposta do governo até a Copa do Mundo. “Por conta das eleições, o prazo de negociação neste ano é mais curto e caso o governo não sinalize com algo antes da Copa, será difícil contornar uma crise”, alertou.

Eixos da campanha unificada – As entidades de classe também usaram a reunião para reforçar os eixos da Campanha Salarial Unificada 2014: 1) política salarial permanente; 2) paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; 3) definição de data-base; 4) repúdio a reformas que retirem direitos dos trabalhadores; 5) retirada de projetos no Congresso Nacional que prejudicam os trabalhadores públicos; 6) paridade de benefícios entre os três poderes; 7) cumprimento por parte do governo de acordos e protocolos de intenções firmados em processos de negociação; e 8) antecipação, para 2014, da parcela de reajuste de 2015.

O Planejamento se comprometeu a apresentar uma resposta formal para cada item da pauta até o final deste mês. André Bucar também buscará uma agenda entre a ministra Miriam Belchior e as entidades de classe para discutir a visão do governo sobre as demandas dos servidores públicos.