O serviço público é uma constante na vida de qualquer brasileiro. Independente de região, credo ou patamar social, todos nós, em algum momento, precisamos do atendimento de um servidor. Apesar disso, a classe é hoje atacada quase que diuturnamente pelas autoridades, com seus ocupantes taxados de “marajás” e responsabilizados pelo desequilíbrio das contas públicas. Nada mais injusto.

Hoje (28), comemora-se o dia do servidor público, categoria na qual se inserem os integrantes do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal representados por este SinpecPF. É o momento ideal para reiterarmos nosso clamor por mais respeito.

Por que nós, servidores públicos, desejamos ser mais respeitados? Por um motivo bastante simples: isso é essencial para melhor atendermos aos anseios da sociedade. É também um passo fundamental para mudarmos a concepção que parte das pessoas tem sobre o serviço público.

No caso dos servidores administrativos da PF, enxergamos como ponto de partida o reconhecimento de nossas atribuições de fiscalização e de controle e a valorização das atividades de suporte ao trabalho policial. Mais valorizados, os servidores desempenhariam suas tarefas (que envolvem atendimento direto ao cidadão) com ainda mais presteza. O êxodo de profissionais diminuiria, e com isso teríamos ferramentas para combater a terceirização irregular e o desvio de função de policiais para atividades administrativas, práticas que comprometem a eficiência da PF e oneram o contribuinte.

O SinpecPF bate nessa tecla desde que foi fundado em 2005. Antes dele, a antiga Anasa fazia o mesmo. Com outras categorias não é diferente. Até hoje não conhecemos nenhuma que estivesse plenamente satisfeita com o tratamento dado pelos Governos.

A morosidade com que o Estado brasileiro conduz reformas no funcionalismo é a maior responsável pela pecha ruim que o servidor público ganhou junto à população. Para ficar no exemplo dos servidores administrativos, basta constatar que o debate sobre a reestruturação da carreira —  medida que traria mais eficiência à Polícia Federal e economia aos cofres públicos — está sendo debatida desde o Governo FHC. Vinte anos de promessas não cumpridas e da mais pura demagogia.

O servidor público é, portanto, inocente na maioria dos casos. É claro que existem maus profissionais (como em qualquer outro setor), mas o problema maior do funcionalismo é de gestão. De nada adiantará reformar o funcionalismo se não houver, antes disso, uma reciclagem genuína do “fazer político” em nosso país.