Jungmann acusa a polícia de restringir envio de informações sobre os envolvidos na compra do dossiê Vedoin 

O vice-presidente e o sub-relator de sistematização da CPI dos Sanguessugas, deputados Raul Jungmann (PPS-PE) e Carlos Sampaio (PSDB-SP), voltaram ontem a acusar a Polícia Federal de obstruir os trabalhos da comissão. Como prova, citaram a negativa dos dirigentes da PF de transferir à CPI os dados obtidos pela quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos na compra do dossiê Vedoin.

Os dois acreditam que, se não houvesse a intenção de atrapalhar as investigações, já teriam acesso a informações sobre três envolvidos no caso: Hamilton Lacerda, ex-assessor do senador Aloizio Mercadante (PT-SP); Jorge Lorenzetti, acusado de articular a compra do dossiê; e Gedimar Passos, preso com parte do R$ 1,75 milhão. “A Polícia Federal vem criando dificuldades, restringindo o envio de documentos”, afirmou Jungmann. “A PF está orientada a andar em passos de tartaruga e faz de tudo para afastar o Planalto das investigações”, atacou Sampaio.DEFESA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, reagiu aos ataques da oposição e disse que o trabalho da PF tem sido exemplar, republicano e de Estado. “Eu lamento, fico triste quando vejo que o uso eleitoral, a paixão eleitoral possa fazer esse tipo de crítica absolutamente destituída de fatos”, afirmou ele, que discursou na posse do delegado Romero Lucena de Menezes como novo superintendente da PF em Brasília. ?

Rosa Costa

O Estado de S. Paulo

COLABOROU VANNILDO MENDES