Mais um avanço nas negociações travadas entre o SinpecPF e a Polícia Federal. Em reunião com o sindicato na tarde desta terça-feira (4), o diretor-geral da PF, Rogério Galloro, revelou já ter assinado a Portaria que instituirá programa-piloto para o teletrabalho na Polícia Federal. A norma está, portanto, pronta para a publicação.

O teletrabalho será exclusivamente voltado para a categoria administrativa e possibilitará aos servidores desempenhar suas atribuições fora de suas lotações, mediante acesso remoto a sistemas informatizados. Para aderir à modalidade, os interessados deverão se comprometer a cumprir metas de desempenho e produtividade entre 20% e 30% superiores às estipuladas para os demais servidores.

A princípio, a modalidade não será facultada a toda categoria. Os impedimentos atingirão servidores que atuam com atendimento ao público, ocupantes de cargos em comissão e substitutos legais, servidores em estágio probatório, entre outros. Nas unidades em que for implementada, a modalidade de teletrabalho deverá se restringir a até 1/3 do efetivo administrativo, podendo haver rotatividade entre os interessados.

O teletrabalho tornou-se uma reivindicação do sindicato desde que órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) deram início a projetos pilotos na área. O pleito ganhou força no ano passado, quando o Ministério da Justiça instituiu seu programa próprio para a modalidade. “A Polícia Federal não pode deixar de abraçar a modernidade e os avanços que ela proporciona. Muitos colegas estão interessados no teletrabalho e o sindicato espera que a prática possibilite ganhos para ambas as partes”, afirmou o presidente Éder Fernando da Silva.

Outras demandas — O encontro com a Direção-Geral também serviu para que sindicato cobrasse avanços nos demais temas de interesse da categoria. Às vésperas de deixar o comando do órgão, Galloro segue afirmando seu interesse em encaminhar um projeto “macro” de reorganização institucional, que englobaria a reestruturação da carreira administrativa e a correção da amplitude salarial. “Queremos deixar essa proposta nas mãos do próximo governo, deixando claro que ela nasceu de um trabalho conjunto entre a Administração e as entidades de classe. Será parte do nosso legado”, declarou o diretor.

Com a confirmação do diretor-geral de que há disposição para que mais matérias sejam encaminhadas ainda em 2018, o sindicato pediu presteza na solução de questões internas, tais como a reformulação dos critérios para progressão da categoria (a intenção é que todos passem a progredir em 12 meses), a revogação do ato que extinguiu o cargo de Agente de Telecomunicação e Eletricidade, e o estabelecimento de regras para utilização de uniformes pela categoria.