“A liberdade da mulher é condição para a libertação de toda a humanidade” (Karll Marx)

Em 8 de março de 1857, a cidade de Nova York foi palco da primeira greve conduzida por mulheres de que se tem conhecimento na história. Eram 129 operárias têxteis exigindo aumento de salários, redução da jornada de trabalho de 16 para oito horas diárias, melhores condições de trabalho, de licença maternidade. O movimento terminou em tragédia. Para reprimir as grevistas, as forças policiais e os patrões atearam fogo na fábrica, após trancarem as portas, as operárias morreram queimadas no interior da empresa, onde estavam concentradas.

O dia Internacional da mulher é uma referência e um reflexo de todo um movimento em prol da igualdade de direitos, embora ainda hoje prevaleça à desigualdade de gênero. A banalização do problema da violência sofrida pelas mulheres foi o que de pior poderia ter acontecido. Conjeturando que a respeito desse assunto tudo já se sabe e que muitas vezes na imaginação social na violência contra as mulheres, aliada ao comportamento do Estado, que nunca dispõe de recursos suficientes para agir com políticas públicas de peso, levam a maioria a sentir uma sensação de impotência nas questões de igualdade em relação aos homens.

O Século XX ficará na história como um marco fundamental na emancipação da mulher. No entanto, se olharmos o longo caminho, percebemos que muito ainda precisa ser percorrido para se chegar a uma verdadeira igualdade entre homens e mulheres, mas comparando-se com a realidade de 100 anos atrás, as conquistas pelas mulheres podem e devem ser festejadas.

Hoje, a Constituição Federal garante o princípio da não-discriminação, e a legislação brasileira prevê os direitos políticos da mulher, a igualdade na família e no trabalho, os direitos previdenciários, a proteção à maternidade, a assistência à saúde e o direito a não violência.

O Brasil tem uma legislação avançada, mas na prática, as mulheres são ainda muito discriminadas em todos os espaços da vida social. Apesar dos avanços, precisamos mulheres e homens, atermo-nos aos fatos que estão diante de nossos olhos: que a garantia de nossas lutas de toda uma vida estão a cada dia que passa, ameaçadas. Devemos todos definir-nos as regras, motivarem-nos a fazer mudanças concretas. Saibamos também que não é somente a inspiração, motivação e instigação para a concretização, pois é preciso traçar planos objetivos, realistas e alcançáveis, principalmente saber dos caminhos possíveis e como chegar lá!

“Não podemos mudar a direção dos ventos, mas podemos ajustar as velas.” 

Elizabete Saraiva – Diretora de Comunicação Social / SINPECPF