Rogério Galloro abriu as portas da Direção-Geral da PF nesta terça-feira (17) para receber os representantes das principais entidades de classe do órgão. O encontro — que contou com a participação do presidente do SinpecPF, Éder Fernando da Silva — apresentou uma Administração que promete negociar de forma prática e direta com os servidores e que está ciente das limitações impostas pelo contexto político que o país atravessa.

Em um cenário eleitoral em que é impossível prever que candidatos sairão vencedores, tampouco como será o diálogo entre próximo governo e a PF, a nova Administração da PF não esconde trabalhar em ritmo de contagem regressiva. O objetivo declarado é promover todos os avanços possíveis durante o período em que estiverem à frente do órgão — a princípio, até o final de 2018.

Para tanto, a Direção-Geral já elegeu algumas prioridades, e elas não incluem o polêmico projeto que criava um novo cargo policial de nível médio. Na avaliação de Galloro, não haverá tempo hábil para superar as divergências em torno da proposta, especialmente as que envolvem as categorias policiais. Assim, a Administração pretende trabalhar apenas as atribuições dos cargos já existentes.

Nesse ponto, a situação da carreira administrativa mereceu destaque na reunião. Galloro afirmou estar de acordo com a valorização da categoria, mediante a regulamentação de atribuições de fiscalização e de controle, dando um recado às demais classes. “Na minha opinião, a carreira policial deve focar a área investigativa e ser valorizada por isso, deixando as demais atividades a cargo dos colegas do PECPF”, afirmou.

Galloro confirmou que as negociações referentes à reestruturação da carreira administrativa e à regulamentação das atribuições serão coordenadas pelo novo diretor de gestão de pessoal, Delano Cerqueira Bunn. Vale destacar que o SinpecPF já solicitou reunião com ele para tratar do tema. No encontro, também serão tratados dois temas de grande interesse para a categoria: 1) a instituição de um regime de teletrabalho; e 2) o restabelecimento do programa de atividade física para os administrativos.

Abaixo, segue um resumo dos demais temas abordados na reunião desta terça-feira:

Nomeação do cadastro reserva e novo concurso — a Administração confirmou ter reiterado ao Ministério do Planejamento solicitação para convocar 57 aprovados que integram o cadastro reserva do último concurso para a carreira administrativa. O número advém de autorização concedida em 2016 — que não foi plenamente executada em razão dos critérios restritivos impostos pelo próprio governo. À época, foram autorizadas as nomeações de 204 aprovados, mas nem todos puderam ser chamados.

“Estamos confiantes de que o pleito será atendido”, revelou Delano, presente à reunião. O SinpecPF cobrou pressa da Administração, tendo em vista que a validade do certame se encerra no próximo dia 2 de junho. Após a data, a PF pretende solicitar a realização de um novo concurso, visando preencher 2 mil vagas. “Temos de aguardar a validade do concurso atual para solicitar um novo”, explicou o DGP.

Não foram informadas as localidades que seriam contempladas pelas nomeações do cadastro reserva. O sindicato tentará apurar a informação na reunião com a DGP.

Indenização de Fronteira — a Administração também confirmou já ter iniciado conversas com o Ministério Extraordinário de Segurança Pública para garantir que as cidades que ficaram de fora do decreto que regulamentou o pagamento da Indenização de Fronteira sejam incluídas em uma nova versão do texto.

Benefícios para a Segurança Pública — uma vez que a segurança pública foi elencada como prioridade máxima pelo atual governo, a Administração da PF avalia trabalhar em prol de benefícios específicos para os profissionais do setor,. Entre os temas afetos à categoria administrativa, estão pleitos como 1) a revogação da extinção do cargo de Agente de Telecomunicação e Eletricidade; 2) a instituição de cotas de GSISTEs (Gratificação Temporária das Unidades dos Sistemas Estruturadores da Administração Pública Federal) e de GSISPs  (Gratificação Temporária do Sistema de Administração dos Recursos de Informação e Informática) para a PF; 3) a criação de um valor específico de diária para os profissionais de segurança pública; 4) a instituição de um valor diferenciado do per-capita para contratação de planos de saúde privados pelos profissionais de segurança pública; 5) a criação de uma indenização pecuniária para o regime de sobreaviso.