Servidores administrativos, delegados e peritos da Polícia Federal promovem na próxima quarta-feira (4 de julho) campanha de doação de sangue em todo país com o slogan “A PF dá o sangue pelo Brasil”. É o Mude PF (Movimento Unido em Defesa da PF), uma frente que quer chamar a atenção da população para processo de sucateamento instaurado na Polícia Federal nos últimos anos.

Os representantes do Mude PF questionam o porquê de tanta má vontade do governo com a Polícia Federal e se haveriam interesses contrariados para justificar essa tentativa de desvalorização e desmotivação da instituição. Alegam que combater o crime organizado e a corrupção não têm sido os únicos desafios diários na Polícia Federal. Para vencer a criminalidade, os servidores precisam antes driblar cortes no orçamento, contenção de diárias, falta de pessoal, capacidade operacional reduzida e a indefinição de postos estratégicos na administração.

O Mude PF luta pela manutenção da aposentadoria policial, pelo adicional de fronteira, pela reestruturação da carreira administrativa e pela valorização dos servidores da PF.

Em Brasília, o ponto de encontro será em frente ao Ed. Sede da PF, com início previsto para às 8h00. Às 9h00, transporte levará a primeira leva de servidores até o hemocentro.

Servidores administrativos – Para os servidores administrativos, o dia 4 de julho é ainda mais simbólico. A categoria enxerga a data como uma espécie de “dia D” em sua luta por valorização. É que nesse dia o Ministério do Planejamento se comprometeu a apresentar proposta de reestruturação da carreira, reivindicação antiga da categoria, que se sente desprestigiada dentro da PF.

A questão vem sendo debatida com o governo desde 2003, quando foi criado o Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (PECPF), cujos servidores são responsáveis por todo o suporte necessário à atividade policial. Desde o nascimento, o PECPF espera por lei que regulamente seu campo de atuação, delimitando a atividade administrativa da PF de modo a combater o desvio de função de policiais setores administrativos e a terceirização irregular.

Durante esse período, várias foram as promessas do governo de que a situação seria solucionada. O Ministério do Planejamento chegou a assinar dois acordos com o sindicato da categoria (SINPECPF) se comprometendo a resolver a questão – um em 2008 e o outro em 2011 – mas ambos não tiveram seus prazos respeitados. A demora vem acarretando grande êxodo de servidores, que rumam para órgãos melhor estruturados, provocando severo déficit na área administrativa da PF.

Para a presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira, a proposta aguardada para o dia 4 deve ser a última chance que a categoria dará ao governo. “Não podemos mais aceitar tanta demora. Se não tivermos uma resposta satisfatória agora, partiremos para ações mais enérgicas”, afirma, não descartando a deflagração de uma greve que atingiria postos como expedição de passaporte, imigração e segurança privada, afetando ainda o andamento das operações policiais como um todo.