Nesta semana, a Polícia Federal apresentou sua mais nova ferramenta de combate ao crime, o Sistema Horus, programa de computador que permite a criação de retratos falados com qualidade fotográfica. O software foi totalmente desenvolvido por servidores da Polícia Federal, entre eles o agente administrativo Jade Kende Gonçalves Umbelino, responsável pela programação do sistema. Em entrevista ao SINPECPF, Jade (na foto, à direita) conta como foi o processo de desenvolvimento do Horus e como a novidade irá ajudar nos trabalhos da corporação. Ele também relata as dificuldades encontradas pela equipe durante a elaboração do Horus. Jade Kende é a prova de que os servidores do PECPF realizam um trabalho primordial para a instituição policial.

SINPECPF – Qual foi o seu papel no desenvolvimento do sistema Horus?
Jade Kende – Fui o responsável pela parte de programação, de construção do software Horus. Enquanto os colegas Papiloscopistas se especializavam nas técnicas para o tratamento das imagens e se dedicavam a construção do banco fotográfico, eu construía o programa.

Como foi o processo de criação do sistema? Quais foram as prioridades?
A ideia de se usar montagem fotográfica na confecção de retratos falados já é antiga. O Agente de Polícia Ricardo Souza de Oliveira já havia plantado a semente, aqui no INI, em meados de 2001. Em 2005 os Papiloscopista Carlos Eduardo Moreira da Silva Campos, Cláudio Miranda de Andrade e Antônio Vantuir das Chagas Miranda começaram a trabalhar na preparação de um banco de imagens coloridas. Com a evolução das técnicas e imagens de alta resolução surgiu a ideia de se desenvolver um programa que auxiliasse a seleção das peças. Após negativas de alguns especialistas em programação, fui procurado por ter um pequeno conhecimento na área. Topei o desafio ainda em 2005 e passo-a-passo fomos avançando.Cada etapa a ser realizada dependia de extensa procura por informações, pois pouco conhecia e o apoio era raro. A primeira versão contava com exportação de uma imagem “chapada” (com apenas uma camada), que não possibilitava o perfeito aproveitamento das técnicas desenvolvidas pela equipe. Com novas buscas, consegui fazer a interação entre o nosso Horus e o renomado programa Adobe Photoshop. E hoje, 4 anos depois, apresentamos uma importante ferramenta no combate à criminalidade e na localização de indivíduos desaparecidos.

Como o sistema auxiliará nos trabalhos dos servidores da Polícia Federal?
A ideia do software é a de aproximar os retratos falados com a realidade brasileira. O software usado anteriormente possuía imagens em tons de cinza e com um banco formado por estrangeiros não refletindo a diversidade étnica do nosso país. O Horus, com imagens de brasileiros e em alta resolução, permite uma escolha mais adequada na construção de uma representação facial. E com a maior qualidade, o serviço de busca, seja de um criminoso ou de uma pessoa desaparecida, se torna muito mais eficaz.

O Horus foi bastante elogiado por diretores da PF durante o lançamento do sistema, inclusive pelo Diretor-Geral. Como você recebe esses elogios?
Toda a equipe está com a ótima sensação de dever cumprido. Ajudamos o Instituto Nacional de Identificação a cumprir sua atribuição de montar e administrar bancos de imagens, visando à execução retratos falados, reconstituições faciais e projeções de envelhecimento. Com isso, o Departamento de Polícia Federal dá mais um passo na modernização de seus procedimentos mostrando ao país que com investimentos e reconhecimento de seus servidores atingiremos a principal meta do nosso planejamento estratégico que é ser referência mundial no combate ao crime até 2022. Particularmente, é com grande prazer que recebo esses elogios. O reconhecimento de um bom trabalho gera uma excepcional motivação para continuar a evoluir.

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