Se um tema é hoje consenso entre as entidades de classe da Polícia Federal, este tema é a reestruturação da carreira administrativa, como deixaram claro as audiências públicas com representantes classistas promovidas pela comissão que analisa o projeto de Lei Orgânica da PF na Câmara dos Deputados. Nesta terça-feira, foi a vez dos agentes, escrivães e papiloscopistas defenderem à demanda do PECPF, criticando a terceirização irregular e os desvios de função praticados na PF.

O presidente do Sindipol/DF, Luis Cláudio Avelar, afirmou que a Lei Orgânica deve estabelecer critérios para a escolha das chefias, garantindo que todas as categorias assumam postos de comando condizentes com suas especificidades. “Somos todos profissionais capacitados. Não devemos apenas executar comandos de chefes que nem sempre estão preparados para a função que assumem”, argumentou. Segundo Avelar, a Polícia Federal erra ao nomear policiais para exercer funções administrativas. “Estas funções devem ser exercidas por servidores administrativos”, ressaltou.

Para Francisco Carlos Garisto, diretor da Fenapef, a Lei Orgânica deve estabelecer claramente as atribuições de todas as categorias, de modo a impedir que certas atividades sejam exercidas sob desvio de função. “As brigas que ocorrem na PF são absurdas. “Delegados ‘batem’ em agentes e escrivães, peritos em papiloscopistas, e os servidores administrativos são maltratados por todos. Isso precisa mudar!”, alertou.

Conforme já destacado pelo SINPECPF, a ADPF também defendeu a reestruturação da carreira administrativa perante os deputados, durante as audiências públicas do dia 11 de maio. Em seu discurso, o presidente da entidade, Reinaldo de Almeida César Sobrinho, manifestou “apoio integral da ADPF às reivindicações do PECPF”.

O SINPECPF comemora a defesa do pleito dos servidores administrativos assumida pelos representantes das demais categorias que compõem a estrutura da PF. Compreender a importância inquestionável do servidor do PECPF é sinal de amadurecimento e comprometimento com uma causa maior: a melhoria da segurança pública nacional. A presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira, agradece a todos aqueles que defenderam abertamente a valorização do servidor administrativo, mas faz uma ressalva: “Que essa defesa não fique restrita aos discursos em plenário, sendo colocada em prática durante dia-a-dia de trabalho na Polícia Federal”.

Confira aqui as audiências públicas do dia 18.