A Polícia Federal vai investigar a origem do dinheiro (R$ 1,7 milhão) que o PT e uma revista teriam desembolsado para comprar um dossiê contra Geraldo Alckmin e José Serra.

A investigação irá averiguar também se Serra, quando ministro da Saúde, e seu sucessor Barjas Negri atuaram ou não para favorecer a liberação de recursos para adquirir ambulâncias vendidas pela máfia dos sanguessugas a prefeituras em licitações fraudadas por empresas ligadas à Planam, da família de Luiz Antonio Vedoin.

Na sexta, a PF apreendeu o dinheiro suspeito, em um hotel em São Paulo, com o empreiteiro Valdebran Carlos Padilha da Silva e o advogado e ex-agente da PF Gedimar Pereira Passos. Eles disseram à PF estar intermediando a compra do dossiê. Além da revista, citaram prenomes de petistas da executiva.

Em Cuiabá, a PF prendeu Luiz Antonio Vedoin e Paulo Trevisan -tio do empresário-, com quem estava o dossiê.

Também será objeto da investigação a liberação de recursos públicos destinados à compra de ambulâncias durante a gestão tucana. Em entrevista à revista “IstoÉ”, os empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin afirmam que, no final de 2002, um emissário do então ministro Barjas Negri teria cobrado propina para liberar o pagamento de emendas. O emissário seria Abel Pereira, empresário de Piracicaba. Documentos que teriam sido entregues à CPI e ao Ministério Público seriam a prova de que o “pedágio” para a liberação de verbas para a compra de ambulâncias, cobrados por Abel Pereira, transformou-se em depósitos bancários para prefeitos e assessores.

ANDRÉA MICHAEL

Folha de S. Paulo