As investigações da Polícia Federal contra a máfia dos sanguessugas e outros esquemas de corrupção podem sofrer contratempos a partir de manhã. Delegados, agentes e outros servidores da instituição em todo o país ameaçam parar as atividades por 24 horas caso o aumento pretendido pela categoria não seja concedido pelo governo federal. Os trabalhadores reivindicam a restruturação do plano de carreira, o que proporcionará recomposição salarial de até 60%, a ser parcelada em duas vezes.

Preocupados com o calendário eleitoral, que estabelece 30 de junho como data limite para atos do presidente da República que prevêem reajustes salariais, os trabalhadores resolveram aumentar a pressão. De acordo com Sandro Avelar, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), alguns superintendentes regionais já sinalizaram até com a possibilidade de colocar os cargos à disposição, caso o pleito não seja atendido. “Há um ano o ministro (da Justiça, Márcio Thomaz Batos) assumiu o compromisso desse aumento com os servidores da instituição”, cobrou.

Durante inauguração de nova sede da PF em Santos (SP), Thomaz Bastos comentou que as negociações são reservadas, mas “vão bem”. “Tenho uma relação muito íntima com a Polícia Federal. Acredito que vai dar certo e a greve não será necessária”, afirmou. Embora os ministérios da Justiça e do Planejamento não tenham feito qualquer manifestação oficial sobre o andamento das negociações, assessores informaram que eles trabalhar para costurar um acordo ainda hoje, para que os termos de medida provisória seja encaminhado ao Palácio do Planalto . (MR)

Marcelo Rocha da Equipe do Correio