A estudante de direito Jaqueline Maria Afonso Amaral de Moraes recebe uma mesada em torno de R$ 15 mil, conforme revelam os extratos bancários apreendidos pela Polícia Civil anteontem em sua casa. Jaqueline é casada com o preso Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Os sinais de sua vida confortável também são evidentes no apartamento em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, e na relação de artigos comprados no mês passado: um jeans Dolce & Gabbana de R$ 370, uma camiseta Hugo Boss de R$ 200 e uma Forum de R$ 120. Também comprou quatro cuecas Yves Saint Laurent (R$ 250 cada) para presentear o marido na prisão.

Grávida de nove meses, Jaqueline terá de explicar ao Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) a origem de sua gorda conta bancária. Num único dia, movimentou mais de R$ 4.500, segundo os extratos.

Também constam da apreensão um caderno de anotações, onde Jaqueline relacionava as suas despesas. Na lista está o gasto de R$ 1.700 de prestação com a reforma do quarto do bebê e a mensalidade do curso de direito.

Nas últimas páginas do caderno estão relacionados 20 números de contas correntes de terceiros, entre eles o da ex-mulher do assaltante Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Em uma carta enviada à mulher, Julinho Carambola diz que não entende o motivo de ter retornado para o Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes. “Estou com a minha consciência tranqüila de que nada fiz para estar neste lugar”, afirma. Ele e outros líderes do PCC são acusados de comandar rebeliões em maio.

Da Agência Estado