Depois de criticar a demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na definição da reforma ministerial, os tucanos decidiram anunciá-la por conta própria. O vice-governador de Santa Catarina, Leonel Pavan (PSDB), disse ontem que o ministro Márcio Thomaz Bastos deixará o governo no início de fevereiro e que Tarso Genro, hoje nas Relações Institucionais, o substituirá. De acordo com Pavan, o próprio Thomaz Bastos lhe confidenciou a mudança durante audiência para tratar da instalação de delegacia da Polícia Federal no interior do estado.

“O ministro da Justiça me disse que vai deixar o governo antes do carnaval e que Tarso Genro vai assumir no lugar dele. Ele disse que a família já está até em São Paulo”, relatou o tucano. O catarinense, que veio a Brasília também para a reunião da Executiva Nacional do PSDB, afirmou ainda que Thomaz Bastos fez a promessa de se empenhar para a construção de uma unidade da PF em Criciúma, cidade ao sul do estado distante 200km da capital Florianópolis. “Se o projeto não sair antes do carnaval, tudo ficará ajustado para Tarso Genro. Foi o que ele me disse”, acrescentou Pavan.

Tarso Genro é advogado com especialização em direito do trabalho. Dirigiu a pasta da Educação entre 2004 e 2005 e hoje, com status de ministro, comanda a Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Passadas as eleições, ele passou a ser um dos candidatos a ocupar o Ministério da Justiça. Outros nomes também foram ventilados como o do ministro Sepúlveda Pertence, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de Nelson Jobim, ministro aposentado do STF.

Informado sobre a indiscrição de Pavan, o ministro Thomaz Bastos negou ter antecipado o nome de seu sucessor. Disse que reafirmou a intenção de deixar o cargo na reforma ministerial e confirmou que entre os nomes cogitados para seu lugar estão Tarso Genro e Sepúlveda Pertence. O ministro das Relações Institucionais foi diplomático: “Não há nenhuma decisão do presidente sobre a questão minsiterial. Talvez seja um desejo do ministro Márcio Thomaz Bastos, que muito me honra. Não estou considerando a questão do ministério, porque o presidente me deu tarefas na Coordenação Política, que estou cumprindo.” 

Marcelo Rocha

Correio Braziliense

26/1/2007