CNJ aponta salários de até R$34,8 mil. Só em São Paulo são 1.208 casos

O Judiciário paga salários acima do limite permitido pela Constituição a 2.978 servidores. São juízes, desembargadores, funcionários de tribunais, aposentados e pensionistas de tribunais de segunda instância que deveriam receber, no máximo, R$22.111 por mês. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há salários de até R$34,8 mil. O maior número de irregularidades está em São Paulo, com 1.208 casos detectados. O CNJ determinará que valores acima do teto deixem de ser pagos em janeiro.

O estudo foi realizado em todo o Judiciário. As irregularidades estão concentradas em Tribunais de Justiça de 19 estados e no Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, com sede em Recife. Não foi divulgado o número de servidores e o de magistrados que extrapolam o limite de salários. A identidade dos contemplados também ficou mantida em sigilo. Mas sabe-se que o maior privilégio é pago pelo Tribunal de Justiça de São Paulo no valor de R$34.814,61. A média dos salários acima do teto é R$25.603,18.

Índice de servidores com salários irregulares é de 1,5%

O universo analisado foi de 188.674 funcionários. O índice de servidores com salário irregular é de 1,5% – considerado baixo pelo conselho. A presidente do CNJ, ministra Ellen Gracie, disse que o estudo derruba o mito de que servidores do Judiciário ganham muito. Integrantes do conselho fizeram coro.

– O percentual é, de fato, inexpressivo. Demonstra que aquela lenda urbana de que os marajás habitavam o Judiciário não passa de lenda – disse o conselheiro Douglas Rodrigues.

O Globo