A greve dos servidores administrativos da PF (Polícia Federal) de 72 horas iniciada nesta terça-feira em todo país provoca fila para retirada de passaportes no prédio da sede da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa (zona oeste). O setor de passaportes do aeroporto Juscelino Kubischeck, em Brasília (DF), não abriu suas portas hoje.

Os servidores administrativos da PF exercem serviços internos nos setores de logística e protocolo da instituição, por exemplo. O movimento, portanto, atrapalha a realização de atividades burocráticas como a emissão de passaportes e da prorrogação de vistos.

A paralisação da categoria foi iniciada no dia 5 de junho. Inicialmente ela foi realizada durante 48 horas (além do dia 5 no dia 6, véspera de feriado prolongado de Corpus Christi). A partir de hoje o calendário de mobilização dos administrativos da PF prevê paralisação de 72 horas. Além desta terça-feira, estão previstos atos nesta quarta e quinta (dias 13 e 14), e de terça a quinta das próximas duas semanas de junho (dias 19, 20 e 21; e 26, 27 e 28).

Segundo o coordenador do SINPECPF (Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da PF) em São Paulo, Valdomiro Aparecido da Silva, 120 (80%) dos 150 servidores administrativos da sede da PF em São Paulo cruzaram os braços hoje.

A emissão de passaportes não parou, mas está mais lenta em relação aos dias normais devido à ausência de parte do pessoal e o novo modelo do documento, mais detalhado do que o anterior. A situação para quem está na fila da PF na Lapa só não é pior pois os cerca de 400 funcionários terceirizados mantêm os serviços. Os demais postos de retirada de passaporte na capital operados por terceirizados funcionam normalmente.

Reivindicações

Os administrativos reivindicam um plano de reestruturação da carreira; a equiparação de seus salários aos de outros servidores administrativos federais –o que elevaria os rendimentos iniciais de R$ 1.900 para R$ 3.000–; e o fim das terceirizações.

O movimento dos servidores administrativos da PF é paralelo ao dos servidores que exercem carreiras policiais na instituição e que também estão em campanha salarial. Os policiais têm cargos de delegados, agentes, escrivães, peritos e papiloscopistas.

da Folha Online