Segundo a CNT/Sensus, 80% dos entrevistados garantem que não votarão em deputados envolvidos com a máfia das ambulâncias

A pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem mostra que melhorou a avaliação do governo Lula e que 30,8% do eleitorado apontam o Congresso como o principal responsável pela corrupção no país. O PT, partido de Lula, seria o responsável para 18,3% dos entrevistados; a administração federal, para 18,3% ; e Lula, para 17,8%. Em julho, 23% dos pesquisados culpavam o Congresso; 22,1% o PT; 11,3% o governo; e 18,3% Lula. Se a eleição fosse hoje, 58,5% dos eleitores — o equivalente a 80% dos votos válidos — não votariam nos parlamentares envolvidos no escândalo dos sanguessugas, cuja CPI é acompanhada por 24,9% dos entrevistados, sendo que outros 48,2% já ouviram falar do seu trabalho.

A percepção de que o governo melhorou alavanca o desempenho de Lula nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República. Em relação a julho, a avaliação positiva da administração federal subiu 2,6 pontos percentuais: de 41% para os atuais 43,6%. O governo Lula recebeu avaliação positiva (ótimo ou bom) de 43,6% do eleitorado; 15,6% consideram sua administração negativa (ruim ou péssimo). Já 39,5% dos entrevistados consideram o governo federal regular. O índice de aprovação do governo cresceu 6,1 pontos percentuais em relação ao registrado pelo Instituto Sensus em fevereiro deste ano, que era de 37,5%. À época, 21,4% dos eleitores desaprovavam a administração, 5,8 pontos percentuais a mais do que o índice divulgado ontem.

Atuação de Lula

A atuação do presidente Lula é aprovada por 59,3% dos pesquisados, contra uma desaprovação de 32,5%. Em julho, esses índices eram de 55,8% e 37%, respectivamente. Em fevereiro, a aprovação era de 53,3% dos ouvidos. A desaprovação estava em 38%. As ações governamentais, para 34,7% do eleitorado, estão sendo conduzidas com eficácia; já outros 48,4% avaliam como ineficaz. No mês passado, esses números eram 32,7% e 54,3%, respectivamente.

A atuação política do governo é bem conduzida para 30,7% dos pesquisados. Em maio, essa parcela era de 35,6%. A avaliação de que o governo está mal conduzido politicamente chega a 49,6%, 2,9 pontos percentuais a mais do que em maio, quando era de 46,7%.

Os programas sociais do governo, cujo carro chefe é o programa Bolsa Família, estão tendo grande visibilidade. Disseram receber ajuda do governo 15,6% dos ouvidos, contra 16,4% de julho; conhecer beneficiados, 45,9%, ante 37,2% em julho; não conhecer 45,6%, para 37,4% em julho. A instituição do FGTS para empregados domésticos recebeu o apoio de 89,9% dos ouvidos, contra 6,1% que desaprovaram a medida.

A avaliação da política econômica, porém, sofreu uma queda no último mês. É bem conduzida para 36% dos eleitores, 6,4 pontos percentuais a menos em relação a levantamento de fevereiro deste ano, cuja marca era de 42,4%. Para 46,3% dos eleitores, a economia está sendo mal conduzida, um acréscimo de 1,8 pontos em relação a fevereiro.

Luiz Carlos Azedo Da equipe do Correio