O delegado Omar Gabriel Haj Mussi assume o comando da Superintendência Regional de Alagoas nesta quarta-feira (23) – ao menos oficialmente. Entre seus desafios, estará melhorar o clima institucional da SR, comprometido durante a gestão anterior devido a atritos entre os servidores e o ex-superintendente. O SINPECPF esteve em Maceió na última segunda-feira (21) para apurar a situação e verificar o que pode ser feito para melhorar o ambiente de trabalho dos colegas alagoanos.

Assim que a presidente Leilane Ribeiro de Oliveira deu início aos debates, uma demanda se destacou entre as reivindicações dos colegas: até hoje, a prática de atividade física dos servidores administrativos não foi devidamente implementada em Alagoas. Sem poder fazer atividade física, os colegas ficam também impedidos de optar por horário corrido de sete horas diárias, outro ponto que gerou reclamações durante o encontro.

De acordo com os colegas, a justificativa utilizada pela Superintendência para não liberar a prática desportiva é o número reduzido de servidores administrativos no estado. A presidente lembrou que a extensão da prática foi uma decisão da Direção-Geral, sendo assim um direito de toda a categoria, que não pode ser desrespeitado pelos superintendentes regionais. “A falta de servidores é um problema sério, mas não deve servir como desculpa para que os direitos da categoria sejam desrespeitados”, alertou.

Os atritos da categoria com ex-superintendente também foram discutidos, com alguns colegas sustentando que a gestão anterior praticou assédios morais com os servidores administrativos.  A presidente alertou que fatos como esse precisam ser levados ao conhecimento do sindicato tão logo aconteçam, sugerindo ainda que os colegas passem a se reunir para produzir documento relatando episódios como esses, encaminhando-os posteriormente ao sindicato para que os fatos sejam levados ao conhecimento da Direção-Geral.

Os colegas também reclamaram de laudo que retirou o adicional de periculosidade para os servidores que trabalham na Superintendência. Leilane reclamou do fato de os colegas terem ingressado com ação judicial independente para solucionar o caso. “Isso limita a atuação do sindicato”, avaliou. De todo modo, ela aconselhou os colegas a reunir o máximo possível de provas para atestar que a situação de perigo não foi eliminada.

Por fim, os colegas pediram à presidente que ela prorrogasse sua estadia em Alagoas para participar da cerimônia de posse do novo superintendente, evento que contará com a presença do diretor-geral, Leandro Daiello Coimbra. Leilane esclareceu que compromisso pré-agendado impossibilitaria sua permanência, mas aconselhou os colegas a aproveitar o evento para cobrar do DG e do novo superintendente soluções para os problemas enfrentados no Estado. Mais detalhes podem ser conferidos nesta carta direcionada aos colegas alagoanos.

Reunião com o superintendente – Após parabenizar o delegado Omar Gabriel Haj Mussi pela posse como novo superintendente de Alagoas, desejando-lhe sorte na tarefa, a presidente do SINPECPF, acompanhada do representante estadual Antônio Santos Filho, passou a tratar das questões apuradas na reunião com os servidores. Com relação à atividade física, o superintendente afirmou que pretende contornar em breve o problema, permitindo que os servidores reservem horário para a prática. Leilane adiantou ao superintendente que os colegas já foram instruídos durante a reunião a encaminhar requerimentos para o gabinete dele solicitando o direito.

O superintendente afirmou desconhecer a possibilidade de que os servidores administrativos façam horário corrido de sete horas com o advento da prática de atividade física. Ele prometeu se interar sobre a questão, avaliando a possibilidade de que o procedimento seja adotado na Superintendência. “Minha preocupação é comprometer o funcionamento de alguns setores que possuem poucos servidores”, esclareceu. Leilane defendeu que, com uma escala de trabalho bem montada, é possível contornar o efetivo reduzido, compatibilizando os horários de trabalho. “Posso garantir que isso trará um ganho de produtividade, pois deixará a categoria mais motivada”, destacou.

Outra reclamação dos colegas levada ao superintendente diz respeito ao indeferimento de pedidos para licença capacitação dos servidores. O relato é de que nenhum pedido feito pela categoria estava sendo atendido pela gestão anterior. Mussi solicitou que os pedidos sejam novamente encaminhados para a devida avaliação. “Quero passar uma borracha nos empecilhos do passado e começar um novo diálogo”, garantiu o novo superintendente. “Quero ter nos servidores verdadeiros parceiros”, concluiu.