A terceirização na PF já é uma realidade imposta que aprendemos a lidar. Lidar porque dividimos nossas tarefas, a mesa, o computador, etc, com os terceirizados, quase como se estivéssemos na mesma luta. Aprendemos a conviver, mas na hora da representatividade (greve ou paralisação) é que vemos a falta que nos faz um colega de classe. Os terceirizados ficam lá na salas e dependências fazendo nosso trabalho em um escancarado desvio de função: o aeroporto não para, nem o passaporte, nem o registro de armas e assim por diante, ou seja, nossa paralisação não causa prejuízos para Administração nem reclamações do público externo que está mesmo é interessado em resolver seu problema pessoal e ir embora e, então, com isso, nada de repercussão na mídia.

O nosso Ilmo. DG atual, que nos administrou aqui em SP, se mostrou (entendo) um dos mais, se não o único, preocupados em discutir a reestruturação do PECPF com o sindicato. Contraditório ou não, dispensou em sua gestão em SP o maior contingente de terceirizados/contratados do DPF, digitadores contratados pela DATASIST que prestavam serviço à SR/SP, para, simplesmente, transformá-los, “miseráveis mais que nós”, em recepcionistas contratados por outra empresa.

Não sei de quem foi a ideia genial, mas o certo é que com ela conseguiram justificar o contrato, já que a contratação de terceirizados para serviços de “recepção” tem respaldo legal, assim como de copa e segurança. Ou seja, está tudo legalizado (pensaram). Realmente, não há terceirização irregular na PF (pelo menos aqui em SP). Mas gostaria de saber por que são necessários quase 800 recepcionistas só em SP? Não é muito trabalho de recepção? Ou será que pode haver um ou outro desvio de função aqui ou ali nesse bolo todo? Será?

A SR/SP está tão preocupada com essa situação a ponto de não negar mais que há sim desvio de função. O superintendente Roberto Ciciliati Troncon Filho, em reunião promovida pelo SINPECPF em parceria com o Sindipolf/SP, alegou ter solicitado solução para a presente situação à Direção-Geral, quem, assim podemos dizer, detém o poder de buscar soluções. Infelizmente, nada mudou até agora.

Aos trancos e barrancos, vamos levando. Ninguém aprova essa quase “privatização” da PF administrativa. Por outro lado, sentimos que a solução está tão distante quanto os gabinetes de quem deveria dar um pouco de atenção ao referido caso. O Ministério da Justiça não se mexe, não sabemos ao certo até que ponto o Diretor Geral quer nos ajudar, é certo que o Ministério do Planejamento não quer nos ajudar… A pergunta mais importante então é: quem poderá nos ajudar, quem está o nosso lado?…. Talvez a imprensa, como mostrou a revista IstoÉ… Quem sabe? Ou talvez o Chapolin Colorado!