“O que a Direção-Geral da Polícia Federal pretende fazer em 2014 para atender aos pleitos da categoria administrativa?”. Foi com essa pergunta que os diretores do SINPECPF deram início à reunião com o diretor-geral, Leandro Daiello Coimbra, ocorrida na última sexta (21). Eles lembraram o diretor que a categoria está impaciente após mais um ano de promessas não cumpridas por parte do governo. “Algo precisa ser feito”, destacou a presidente Leilane Ribeiro de Oliveira.

Daiello se disse decepcionado com a demora nas negociações com o Ministério do Planejamento. Ele reforçou ver a modernização das atribuições dos cargos administrativos não como um pleito sindical, mas como uma bandeira da administração do órgão. “É com esse argumento que trabalhamos”, ressaltou. De acordo com o DG, a Polícia Federal irá se reunir com a Secretaria de Gestão Pública do Planejamento (Segep) após o Carnaval para discutir a questão das atribuições.

O DG também disse estar em busca de apoio político para o projeto de atribuições. “Quero tornar clara a necessidade de formalizar o papel dos administrativos em ações de fiscalização e controle”, explicou. Uma das prioridades é deixar setores como o controle imigratório a cargo da categoria administrativa. “Temos um pedido de 2255 novas vagas apenas para a imigração”, revelou, esclarecendo que essas vagas não estão inclusas nas 3 mil vagas solicitadas anteriormente. “São pedidos independentes e queremos que ambos sejam concedidos”.

Questões internas – Os diretores do SINPECPF também cobraram respostas para demandas que podem ser resolvidas internamente, sem depender da palavra final do Ministério do Planejamento. O primeiro ponto foi a publicação do resultado das vagas restantes do recrutamento da ANP. Foi destacada a grande expectativa em torno do resultado, muito por conta da Gratificação de Escola de Governo (Gaeg) que os selecionados passarão a receber. O diretor de assuntos parlamentares, Adaílton Gomes Pereira Júnior também cobrou que novos recrutamentos e concursos de remoção sejam realizados no futuro, abrindo novas possibilidades para a categoria.

Segundo o diretor de gestão de pessoal, Marcos Aurélio Moura, presente na reunião, a intenção é realizar novos recrutamentos e concursos de remoções sempre que possível. Especificamente sobre a ANP, ele confirmou estar em análise a transformação de 20 Gaegs de nível superior atualmente ociosas em 30 Gaegs de nível intermediário, como forma de reforçar os quadros da ANP e contemplar mais servidores com o benefício.

O sindicato também cobrou a realização de curso de formação para os futuros colegas aprovados no concurso público realizado semana passada. A intenção é criar uma cultura de formação-capacitação dentro da carreira administrativa, agregando cada vez mais valor aos servidores. De acordo com o DGP, a realização do curso ainda está em análise. Os gastos previstos ficariam na ordem de R$ 1 mi. “Muito pouco se comparado ao benefício da iniciativa”, ponderou o diretor jurídico do SINPECPF, Iran Ferreira Miranda.

O vice-presidente, João Luis Rodrigues Nunes, sondou o diretor-geral sobre recente compra de ultrabooks para os servidores da Polícia Federal. Haveria um boato de que os aparelhos seriam destinados apenas aos policiais, e os diretores do SINPECPF pediram esclarecimentos. “Seria um absurdo! O trabalho administrativo muitas vezes demanda mais tempo em frente um computador do que a atividade policial”, destacou o vice-presidente. O diretor-geral afirmou que os equipamentos serão destinados aos servidores que comprovadamente mais necessitam deles, independente do cargo ocupado. “As atividade que demandarem uso contínuo de computador serão as contempladas. Não há orientação para que apenas policiais recebam os aparelhos”, garantiu.

O diretor-geral também se comprometeu a buscar reunião entre o sindicato e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para tratar da situação da GSISTE, em análise no ministério.

Indenização de fronteira – Outro ponto tocado durante a reunião foi a indenização de fronteira. O diretor-geral confirmou que o texto defendido pelo Ministério da Justiça é aquele apresentado pela Direção-Geral. Para variar, as dificuldades na regulamentação estão no Ministério do Planejamento, ávido por cortar despesas. “Acontece que nossos argumentos são difíceis de refutar”, observou o DG. “Por isso peço que as categorias defendam o texto que nós apresentamos”.