O novo diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Mauirino, abriu seu gabinete na tarde de ontem (19) para receber representantes de todas as entidades de classe ligadas ao órgão. No encontro, ficou constatado um consenso: todos concordam que as carreiras ligadas à segurança pública devem ter seus direitos e prerrogativas atuais preservados na Reforma Administrativa em discussão no Congresso Nacional (PEC 32).

Para as entidades de classe, é temerária a possibilidade de a Reforma Administrativa mexer em alicerces como a estabilidade funcional e a irredutibilidade salarial dos servidores. Por isso, os representantes cobraram que a Direção-Geral articule junto ao Governo e aos parlamentares a retirada dos órgãos de segurança do texto da PEC 32.

O presidente do SinpecPF, João Luis Rodrigues Nunes, aproveitou a deixa para destacar que os servidores administrativos dessas corporações também precisam ser preservados. “Além do suporte à atividade policial, exercemos, pelo menos na PF, atividades de fiscalização e de controle. Temos de ser resguardados, pois é impossível terceirizar nossas tarefas, ou mesmo delega-las a servidores de outros órgãos”, pontuou.

O SinpecPF também frisou que a defasagem salarial é hoje a principal preocupação da categoria administrativa. Além do menor poder aquisitivo em relação aos policiais, os administrativos estão há mais tempo sem reajustes — a última parcela de aumento foi incorporada há mais de quatro anos. Atualmente, a Lei Complementar 173/2020 congela as remunerações de todo o funcionalismo até o final de 2021, mas não existe nenhum tipo de vedação para reajustes em 2022. Por isso, o sindicato cobrou que a Direção-Geral se empenhe desde já na defesa de algum tipo de recomposição para o próximo ano.

Outro ponto abordado pelo sindicato foi a inclusão dos servidores administrativos na vacinação contra a Covid-19 em todos os estados. Infelizmente, algumas superintendências têm restringido a imunização à categoria policial. “A meu ver, tem faltado gestões por parte de algumas superintendências para obtenção de vacinas para todos. Não adianta vacinar apenas uma parte do efetivo, especialmente porque há muitos administrativos atuando in loco, na linha de frente. A Direção-Geral precisa intervir nesse tema”, alertou João Luis.

Foto: Polícia Federal