O Ministério do Planejamento publicou nesta quarta-feira (22) portaria autorizando a realização de concurso público para preenchimento de 566 vagas para o Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (PECPF). Serão abertas inscrições para os seguintes cargos: Engenheiro (11), Administrador (04), Psicólogo (03), Arquivista (02), Assistente Social (07), e Contador (05), todos de nível superior, além de 534 vagas para o cargo de Agente Administrativo, de nível intermediário.

A autorização atende solicitação antiga da PF, que desde 2010 pleiteia certame para preencher os cargos atualmente vagos. Hoje, a categoria administrativa conta com apenas 2.516 servidores ativos, quando o ideal, segundo projeção da própria PF, é que houvesse 7 mil profissionais no PECPF.

Embora o quantitativo oferecido esteja longe do ideal, a autorização do concurso é vista com bons olhos pelo SINPECPF, sindicato que representa os servidores administrativos da PF. Para a entidade, além de fortalecer a base, o concurso confirma a importância que o servidor administrativo possui para a PF, que não pode mais dispor desses profissionais em suas atividades.

Ainda não há confirmação das localidades onde os aprovados serão lotados. O SINPECPF já entrou em contato com a Direção-Geral da PF para verificar a questão, mas ainda não obteve retorno. Inicialmente, a intenção da PF era lotar os aprovados no Distrito Federal e em São Paulo, regiões onde haveria maior carência por profissionais administrativos. Porém, o sindicato afirma que a carência é enorme em todo o país, defendendo que outros estados recebam parte das vagas.

O sindicato também promete fazer pressão para que o edital do concurso saia o mais rápido possível.

Valorização profissional – O sindicato atribui a falta de pessoal ao descompasso entre as atividades desenvolvidas pelo PECPF e a remuneração paga pela União. Hoje, um servidor administrativo de nível intermediário ingressa na categoria recebendo R$ 3.635,17, chegando ao topo da carreira com 4.130,75 (apenas R$ 495,68 de diferença). Para os cargos de nível superior a remuneração alcança R$ 4.510,72 iniciais e R$ 7.333,70 no final de carreira.

“Defendemos que o PECPF seja reestruturado como forma de valorizar seus servidores e fixá-los no efetivo da PF”, explica a presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro de Oliveira. Ela afirma que, devido à carência de servidores administrativos, a PF faz uso de expedientes de moralidade controversa, como terceirização irregular e deslocamento de policiais federais para atividades administrativas. “São práticas absurdas que comprometem a eficiência da PF e trazem prejuízo à sociedade”, sustenta.

Além da reestruturação, o SINPECPF luta pela criação de outras 3 mil novas vagas para a carreira administrativa da PF.