A Polícia Federal desencadeou na manhã desta terça-feira a operação Valáquia, nas cidades de Teresina e Campo Maior, no Piauí, e Codó, no Maranhão, para prender uma quadrilha especializada em invadir contas bancárias por meio da Internet. Cerca de 150 policiais do Piauí, Maranhão e Ceará cumprem 27 mandados de busca e apreensão e outros de prisão expedidos pelo juiz da 2ª Vara Federal do Estado do Piauí.

As investigações iniciaram há seis meses a partir de denúncias de pessoas que constataram saques fraudulentos em suas contas mantidas em estabelecimentos bancários, em especial na Caixa Econômica Federal. Foram constatadas três formas de atuação da quadrilha: transferências de valores que são posteriormente sacados das contas alugadas; aquisição de produtos e serviços comercializados pela Internet; e pagamento de boletos bancários de diversas naturezas (tributos, serviços e produtos). Em todos os casos os débitos acontecem sempre em contas das vítimas que tiveram suas senhas capturadas pela Internet por meio do programa conhecido como “cavalo de tróia” ou por programas de monitoramento de teclados, os spywares.

Utilizando-se desses programas, os estelionatários descobrem os dados bancários invadindo o computador da vítima, geralmente por meio de endereços eletrônicos. O programa se encarrega de mandar as informações para um servidor ou e-mail dos criminosos.

Outra forma utilizada pelos estelionatários é o envio de mensagens por meio de sites de relacionamento, como Orkut e MSN, contendo arquivos espiões.

Um dos golpes mais comuns consiste no envio de mensagem alertando sobre possíveis invasões de contas, registro como inadimplentes no Serasa ou irregularidades na Receita Federal. Nessas mensagens são pedidos para que os usuários digitem seus dados bancários, inclusive senha. Outra forma comum de ação é a criação das chamadas páginas clone das instituições bancárias, para onde os usuários são direcionados quando tentam acessar a página do seu banco.

Os saques normalmente ocorrem após a transferência indevida dos valores para contas de “laranjas” que emprestam seus cartões e senhas mediante pagamento de compensação que varia de R$ 100,00 a R$ 500,00.

Somente nos últimos dois anos a Polícia Federal deflagrou mais de dez operações de repressão a esse tipo de crime, resultando em mais de 520 prisões. Entre elas as operações Clone, Replicante, Scan, entre outras. Os presos serão encaminhados para o complexo penitenciário de Teresina, onde permanecerão à disposição da Justiça.

O nome da operação é uma alusão à região que teria sido governada pelo Príncipe Vlad Tepes, o personagem histórico que deu origem ao mito do Conde Drácula – uma vez que os investigados agem como vampiros sugando recursos das contas das vítimas.

Redação Terra