A posição do SINPECPF com relação à paralisação dos policiais federais repercutiu nos veículos de comunicação de circulação nacional. O jornal Correio Braziliense publicou nesta sexta-feira, 16, em matéria sobre o movimento, nota do Sindicato enviada a imprensa colocando claramente qual sua postura com relação às reivindicações da categoria.

Policiais param por duas horas

Agentes, delegados, peritos, escrivães e papiloscopistas da PF realizam ato público para cobrar do governo federal a segunda parcela do reajuste prometido pelo Ministério da Justiça no ano passado

Reconhecimento. Essa foi a palavra pregada pelo presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol-DF), Luís Cláudio Avelar, durante o ato público, realizado na frente da sede da instituição, no Setor de Autarquias Sul. “A Polícia Federal é a categoria que recebeu menos aumento nos últimos 10 anos, afirmou Avelar. Segundo ele, há um acordo entre o governo federal e a categoria para a recomposição salarial. Apesar do ato, os policias continuarão trabalhando. O encontro em Brasília reuniu cerca de 500 pessoas, entre papiloscopistas, peritos, escrivães, delegados e agentes. O evento durou duas horas.

A solução encontrada foi um reajuste de 60% nos subsídios dos policiais, dividido em duas parcelas. A primeira saiu como o prometido, em julho. A segunda deveria sair até o final do ano passado, fato que não ocorreu. “Para conceder o aumento, o governo quer que aceitemos a lei orgânica que eles fizeram”, reclama Avelar. A minuta é um anteprojeto de lei que trata da carreira da polícia federal.

Documento

Em estudo na Casa Civil, o documento prevê, segundo o presidente do Sindipol-DF, a exoneração de quase dois mil policias que estão em estágio probatório na área de papiloscopistas e escrivães. “Há quatro turmas na academia de polícia com cerca de 200 policiais. Eles são treinados, mas serão exonerados. É um desperdício do dinheiro público”, explica. “Para passar em concurso público, o policial federal precisa de curso superior, mas a remuneração é de ensino médio, contesta Avelar. Um agente de polícia em início de carreira ganha mais de R$ 4 mil brutos.

A direção da Polícia Federal não quis comentar o assunto oficialmente. Segundo policiais federais, o Ministério da Justiça põe a culpa na pasta do Planejamento pelo atraso no pagamento da segunda parcela do reajuste. Com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o órgão terá de reavaliar o aumento. A equipe do Correio ligou para o ministério, mas até o fechamento da edição os integrantes da pasta não haviam retornado as ligações.

O sindicato dos funcionários da área administrativa da Polícia Federal informou que não participaria do movimento de advertência que os policiais federais realizaram ontem. Conforme a nota do Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SINPECPF), o pessoal administrativo “não aderiu à paralisação porque as reivindicações dos policiais federais não apresentam em nenhum momento proposta de interesse da categoria”. 

 “A Polícia Federal é a categoria que recebeu menos aumento nos últimos 10 anos”  Luís Cláudio Avelar, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal 

Jorge de Castro

Foto: Iano Andrade/CB

Correio Braziliense

16/2/2007