Enquanto os servidores militares podem respirar aliviados, pois os reajustes de seus soldos estão garantidos independentemente do contigenciamento orçamentário, os 800 mil servidores federais civis prendem a respiração para saber como ficarão os reajustes em 2009. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e da Fazenda, Guido Mantega, revelam hoje o detalhamento do bloqueio de R$ 37,2 bilhões do Orçamento da União.

Na semana passada, os servidores federais receberam a triste notícia de que seus aumentos de julho correm sério risco de não serem pagos, com possibilidade de adiamento para o fim do ano. Integrantes da equipe econômica se preocupam com o equilíbrio fiscal e dizem que é necessário ter cautela no primeiro semestre deste ano, pois há risco de queda na arrecadação.

O governo levou três meses para reconhecer publicamente que os reajustes de julho estão em risco. Na sexta-feira, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira, informou que o Planalto pretende manter os reajustes da forma que foram acordados, mas mandou recado. “Se houver um agravamento da crise, novas medidas poderão ser tomadas em todos os campos de atuação do governo. Se os reajustes precisarem ser revistos, chamaremos as entidades para negociação”.

Ele lembrou que todas as estruturas remuneratórias são resultado de um grande processo de negociação com as entidades representativas dos servidores.

Segundo Duvanier, as remunerações foram revistas com duas preocupações. A primeira fazer acordos de longo prazo e, a segunda, com o Orçamento. Se o governo não incluir hoje os aumentos no plano de contigenciamento, outra possibilidade é aguardar como será o comportamento do 1º trimestre.

 Fonte: Alessandra Horto.