O comando nacional dos bancários rejeitou a proposta de reajuste de 2% feita pelos bancos e agendou para a próxima quarta-feira (4) uma assembléia para decidir sobre a paralisação. Se aprovada, a greve por tempo indeterminado deve começar na quinta (5).

“Não aceitaremos nada que não traga aumento real, valorização expressiva da PLR (participação nos lucros e resultados) e uma proposta que reflita o aumento de lucratividade que os bancos tiveram do ano passado para cá”, disse Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro).

Para evitar a greve, os bancários informaram que vão enviar carta para a Fenaban para que seja agendada nova negociação antes da assembléia. “Precisamos investir mais ainda na mobilização e preparação para que tenhamos uma greve forte em todo o país, porque essa pressão é a única linguagem que os banqueiros entendem”, disse Freitas.

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) apresentou hoje uma proposta de reajuste de 2% neste ano para os cerca de 400 mil bancários brasileiros.

A proposta, a primeira que prevê reajuste após quase 50 dias de negociações, segundo os bancários, não repõe nem a inflação do período –de 2,85% entre setembro do ano passado e agosto deste ano, segundo o INPC (índice de preços que serve de base para reajustes salariais).

Durante reunião realizada hoje, a Fenaban também propôs o pagamento de PLR de 80% do salário mais R$ 816 de parte fixa. Nos bancos em que o lucro cresceu ao menos 25% neste ano, a PLR seria acrescida ainda de R$ 500.

O comando nacional dos bancários, que reúne representantes da Contraf-CUT, de federações estaduais de bancários e dos dez maiores sindicatos, coordenou ontem uma greve de 24 horas que envolveu 120 mil bancários, em 23 Estados e no Distrito Federal. Hoje a greve continuou, mas em apenas seis Estados.

Os bancários reivindicam aumento real de 7,05%, além da reposição da inflação e participação maior nos lucros e resultados –de 5% do lucro líquido linear, mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500.

No ano passado, quando houve greve de seis dias, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR (participação nos lucros e resultados) mínima de 80% do salário mais R$ 800.

da Folha Online