Delegado Renato Sayão quer mais 60 dias para concluir o inquérito. Polícia pede reconstituição da colisão entre o Legacy e o Boeing.

A Polícia Federal pediu nesta quarta-feira (21) ao Ministério Público em Mato Grosso que prorrogue, por 60 dias, o prazo para a conclusão do inquérito sobre o acidente com o Boeing da Gol, em setembro do ano passado. A PF quer, ainda, a realização de uma reconstituição do acidente.

O delegado Renato Sayão, que investiga o caso, afirma que ainda não recebeu da Força Aérea Brasileira (FAB) os laudos das perícias nas caixas-pretas do Boeing e do Legacy que se chocaram no ar. Na semana passada, Sayão ouviu os controladores de vôo de Manaus que monitoraram o tráfego aéreo no dia do acidente. Os controladores das torres de Brasília e de São José dos Campos já tinham prestado depoimento. O delegado isentou a torre de Manaus de culpa pelo acidente.  

A Polícia Federal quer, ainda, que o Instituto Nacional de Criminalística de Brasília faça uma reconstituição do acidente.

A tragédia com o Boeing da Gol aconteceu em 29 de setembro do ano passado. Após chocar-se com um jato Legacy no ar, o avião da companhia aérea brasileira caiu em área de mata fechada no Norte de Mato Grosso, matando as 154 pessoas que estavam a bordo. O Legacy, pilotado por Joe Lepore e Jan Paladino, conseguiu pousar na base  da Serra do Cachimbo, no Pará. Os ocupantes do jato não ficaram feridos.

A Polícia Federal e uma comissão de especialistas da Aeronáutica investigam o acidente. No domingo (18), o jornal “Folha de S. Paulo” publicou transcrições das conversas dos pilotos do jato e das torres de controle que estão nas mãos da PF. As gravações mostram que Lepore e Paladino tiveram problemas com a aeronave, com o mapa aeronáutico, com o rádio e com o inglês dos controladores de vôo. A torre de controle, por sua vez, não informou corretamente as alterações de altitude que o Legacy deveria ter feito durante o trajeto.

A Força Aérea Brasileira (FAB) já informou que está tomando providências para garantir a segurança de vôo no país. Uma das medidas foi matricular controladores em cursos de inglês.

Globo.com

Do G1, em São Paulo, com informações da TV Centro América