Quem se prepara para o concurso da Polícia Federal (PF) vai ter o ano de 2007 para estudar. A previsão é que o concurso saia só ano que vem ou em 2009, acredita o delegado Jomar Barbosa Pinto, coordenador de recrutamento e seleção da Polícia Federal.

Ele afirma que abrir uma nova seleção exige muitas etapas preparatórias e envolve decisões de outros órgãos e não somente da vontade da PF. Como a validade do último concurso para cargos de policiais da instituição só acaba em julho de 2008, não há certa urgência e movimentação para os preparativos de um novo processo seletivo.

De acordo com o delegado, o concurso para o quadro administrativo da PF está mais adiantado que o para policiais, já que foi encerrado em dezembro de 2006. A instituição pretende mudar a estrutura atual destas funções através do Plano Especial de Cargos, criado pela Polícia Federal em 2006 com o objetivo de desvincular seu quadro administrativo do Plano Geral de Cargos da administração pública federal. A proposta traria uma nova nomenclatura pra os cargos, definindo-os apenas em postos de analista (analista) e técnico (nível médio), com suas especialidades. Com o plano também seriam instituídos novos salários e atribuições, alem de um novo regime para os servidores administrativos da PF.

Jomar esclarece que já foram solicitadas ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) cerca de três mil vagas, que deveriam ser divididas em um total de 1,5 mil em dois anos. “O concurso de 2004 ainda está em andamento e forma sua última turma no fim deste ano. Queremos abrir uma nova seleção e possibilitar o ingresso de novos servidores na nossa instituição, mas os concursos públicos dependem muito da necessidade política vigente”, explicou Jomar.

Jomar Barbosa recomenda que os candidatos aproveitem o tempo até a publicação de um novo concurso para se prepararem. O processo seletivo da Polícia Federal, de acordo com o delegado, é o mais complexo da administração pública. “Os candidatos passam por uma prova de conhecimentos rigorosa, uma avaliação física puxada, uma avaliação médica e psicológica pesadas e um curso de formação exigentíssimo”, avisa. O aspirante à policial federal também tem que estar consciente de que, dentro da instituição, deverá ter dedicação exclusiva e compreender que o trabalho da PF não se limita a uma região.

Muita Prepação

A analista de sistemas Roberta Lenzi, 41 anos, está se preparando para o concurso da PF desde 2004, estudando religiosamente de segunda a sábado. Ela confessa que sua vida, hoje, é em função do processo seletivo da PF.

A afirmativa de Roberta, entretanto, poderia ser a de muitos outros brasileiros, que se preparam incansavelmente para ingressarem numa das instituições mais sérias do país.

Roberta não foi classificada no último concurso da Polícia Federal, em 2004, por uma única questão. Mesmo assim, não desanimou. “Nestes concursos disputados, a sorte na hora da prova ajuda quem estudou, não quem chutou. A sorte não estava do meu lado naquele ano”, lembra. Sua rotina é de aulas de cursinho, leitura de inúmeros livros e resolução de provas antigas, questão por questão, com itens comentados.

E de onde vem tanta vontade de entrar para a Policia Federal? Roberta diz que é sonho, vocação e que, embora tenha base para ser bem sucedida em outras seleções, só quer tentar a da PF. Como boa conhecedora deste universo de preparação de concursos, ela conta que os estudos em cursinho e em casa dependem muito da concentração da pessoa. “No cursinho a concentração é maior, somos menos suscetíveis a dispersões. Eu, por exemplo, sempre gravo a aula e acompanho a matéria pelos livros. Em casa eu me dispersava muito, mas hoje estou mais tranqüila e preparada e consigo me concentrar melhor”, explica.

Atualmente, Roberta confessa já tem o conhecimento da matéria e fixa-se nos exercícios, resolvendo as provas da Polícia Federal desde 1998. Quando terminar de resolver e comentar todas as questões, começará a se preparar especificamente para o cargo de delegado. Ela pretende se inscrever também para as funções de papiloscopista, agente e escrivão. Roberta lembra que, além da preparação teórica, os candidatos devem se preparar para a prova física, que também é eliminatória. “Paralelo aos estudos, faço academia e musculação três vezes na semana. O teste físico agora será mais difícil, porque também será cobrado barra dinâmica para mulheres”, destaca.

Marcela Heitor

Especial para CorreioWeb/Concursos

19/02/2007