A Operação Galáticos da Polícia Federal (PF) prendeu ontem, no Maranhão, 67 pessoas acusadas de desviar dinheiro de contas bancárias através da internet. A maioria dos presos são estudantes universitários de classe média alta do município de Imperatriz, onde 51 pessoas foram presas. Passando e-mails com mensagens falsas, principalmente da Receita Federal e do Serasa, os criminosos capturavam senhas bancárias de correntistas de vários bancos, em especial da Caixa Econômica Federal.

Os hackers também instalavam um programa do tipo “espião” em sites de relacionamento como o Orkut, onde as vítimas recebiam mensagens com links falsos. De posse dos dados bancários, os criminosos realizavam transferências para contas de “laranjas”, faziam compras na internet, pagavam boletos bancários e recarregavam celulares pré-pagos.

Também estão envolvidas no esquema 15 empresas de Imperatriz. Elas recebiam parte dos valores desviados, por meio da emissão de boletos bancários fraudulentos e de sistemas de pagamento on-line. A PF não divulgou o nome dessas empresas e nenhum empresário foi preso ontem.

Segundo a PF, o esquema era utilizado por várias quadrilhas, que foram classificadas como células. As células se aproveitavam de pessoas desavisadas, que “emprestavam” suas contas bancárias em troca de alguma remuneração. Foi o caso de Maria da Penha Santos de Souza, 49 anos, dona-de-casa, em Imperatriz. Ela disse que recebeu R$ 150 apenas para “emprestar” a sua conta bancária. A PFl ainda não sabe o montante que foi desviado pelos golpistas.

A ação da polícia contou com a participação de 400 policiais federais de Maranhão, Alagoas, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Tocantins, Pará e Pernambuco, e com o apoio logístico e operacional do Exército e da Aeronáutica.

A PF disse que a operação vai continuar até serem cumpridos os 70 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Ontem também foram apreendidos documentos, computadores e diversos carros de luxo usados pela quadrilha. Os presos serão indiciados por furto mediante fraude, formação de quadrilha, violação de sigilo bancário, interceptação ilegal de dados e lavagem de dinheiro.

Do Correio Braziliense