O SINPECPF teve, na tarde dessa quarta-feira (19), sua primeira reunião com o novo diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello Coimbra. Foram cerca de duas horas de conversa, nas quais Coimbra mostrou-se bastante atento e receptivo às demandas apresentadas pelo sindicato, afirmando que não será diretor-geral para apenas uma categoria. “Não pretendo favorecer A ou B. Administrarei a PF para todos”, assegurou.

No encontro, o SINPECPF esteve representado pela presidente, Leilane Ribeiro de Oliveira; pela vice-presidente, Cleuza Menezes; e pela diretora de comunicação social, Laira Giacomett De Carvalho Domingos. Elas entregaram ao novo diretor-geral um panorama sobre as principais demandas dos servidores administrativos da Polícia Federal (1 – a reestruturação da carreira; 2 – a presença da categoria na Lei Orgânica da PF; 3 – a aprovação de nova tabela salarial; 4 – a realização de um novo concurso; 5 – o fim da terceirização irregular e do desvio de função de policiais; 6 – a implementação de gratificações pendentes (GAEG, FCTs, GSISTE e Gratificação de Fronteira); 7 – a redução de jornada para assistentes sociais; 8 – a utilização do emblema da PF pelos servidores administrativos; 9 – a compensação de horas para consultas médicas; 10 – a aprovação do porte de arma funcional), de modo a subsidiar o novo diretor a respeito dos problemas atualmente enfrentados pela categoria.

Coimbra iniciou a conversa abordando a questão do desvio de função de policiais, declarando interesse em colocar os servidores do PEC nas chefias de setores administrativos. Na opinião dele, a PF comete erro estratégico ao deslocar policiais para o comando destes postos. “Mas, para que isso deixe de acontecer, é necessário que os servidores administrativos concordem assumir essas funções”, alerta o diretor, revelando que, durante o período em que ficou a frente da Superintendência de São Paulo, poucos foram aqueles que aceitaram essas tarefas.

Para a presidente do SINPECPF, a negativa dos servidores acontece em função da baixa contrapartida que essas funções oferecem. “Nossa remuneração é baixa. Por isso, muitos servidores preferem dedicar-se aos estudos, em busca de melhores oportunidades, a ter de assumir ainda mais responsabilidades, sem ganhos reais para tanto”, explicou.

Coimbra disse concordar com o ponto de vista da presidente, e que por isso irá defender não só uma melhor remuneração para os servidores administrativos, como também a revisão dos DAS pagos às chefias da Polícia Federal. “A PF não pode mais servir como trampolim, preparando seus servidores para que eles assumam postos de chefia em outros órgãos”, avaliou. O diretor também manifestou interesse em criar cursos preparatórios para os servidores que irão assumir chefias. "Melhor que formar chefes, é formar líderes", avaliou. Ainda sobre o tema, Coimbra afirmou que a Academia Nacional de Polícia estará a disposição dos servidores administrativos durante sua gestão, solicitando que o sindicato ofereça sugestões de cursos para a categoria.

Em relação à reestruturação da carreira, o novo diretor-geral disse que irá se empenhar na aprovação do projeto de lei em análise no Ministério do Planejamento. Para o diretor, a proximidade de grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olímpiadas, fará com que o governo compreenda a importância em fortalecer a carreira administrativa da PF. “O PEC precisa ser fortalecido desde já, para que estejamos preparados para estes eventos”, afirmou. Neste processo, Coimbra prevê não somente a realização de um novo concurso, mas o fortalecimento da remuneração da categoria, de modo a colocar um ponto final no alto êxodo de servidores existente hoje. “Vocês são a categoria mais injustiçada do órgão. Quero poder deixar a direção e dizer que reverti este quadro”.

Por fim, Coimbra garantiu que irá avaliar cada uma das demandas apresentadas com atenção, pedindo a colaboração do SINPECPF para solucionar os problemas enfrentados pelos servidores administrativos. “Conto com a colaboração do SINPECPF para mudar o panorama do serviço administrativo na Polícia Federal".