Afinar os instrumentos para voltar a tocar no mesmo compasso. A analogia musical define bem como foi a primeira reunião entre a nova diretoria do SINPECPF e a Direção-Geral da Polícia Federal, realizada nessa terça-feira (16). Além de apresentar os atuais diretores, o encontro serviu principalmente para retomar o diálogo sobre demandas consideradas prioritárias pela categoria administrativa.

Naturalmente, a valorização profissional da classe foi o tópico mais enfatizado. O sindicato lembrou ter assinado acordo que prevê reajuste salarial de 10,8% em dois anos, mas enfatizou o interesse da categoria em negociar novas melhorias em longo prazo, tendo em vista que a categoria policial pleiteia um ajuste de quatro anos.

Na avaliação do diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, é justo que a categoria administrativa seja contemplada por uma eventual melhoria salarial diferenciada. Contudo, ele acredita que isso só será possível após a correta regulamentação em lei das atribuições exercidas pela classe, algo que evidenciaria o caráter diferenciado da categoria. “O diferencial existe, mas precisa estar na lei”, avaliou.

O diretor-geral afirmou que as gestões para a regulamentação serão retomadas em breve. A ideia é ouvir todas as categorias da PF e desenvolver uma proposta única, que contemple as necessidades do órgão e equilibre os pleitos dos servidores. A expectativa é que o processo seja iniciado imediatamente após o governo oferecer uma resposta para a demanda salarial dos policiais.

A Direção-Geral também garantiu não ter mudado de opinião sobre o papel que ela deseja para o servidor administrativo na instituição. “Queremos vocês executando atividades de fiscalização e de controle em áreas como Imigração, Segurança Privada e Produtos Químicos, algo que já ocorre na prática, mas que precisa chegar ao papel”, reforçou Daiello.

Reforço do efetivo Outra grande preocupação do sindicato é com o reforço do efetivo da categoria. Com a perspectiva do fim do abono de permanência (PEC 135/2015) e com as novas regras de incorporação da GDATPF na aposentadoria, o sindicato prevê um grande número de aposentadorias até 2019. “Serão mais de 600 colegas em condições de se aposentar até lá”, revelou o presidente Éder Fernando da Silva.

A Direção-Geral disse estar ciente do problema e afirmou estar tomando providências para saná-lo. A primeira delas é a convocação do cadastro reserva do concurso realizado em 2014, demanda que hoje depende apenas da autorização do Ministério do Planejamento. “Estamos reforçando a necessidade de pessoal a cada dia. Temos confiança de que o pleito será atendido”, explicou o diretor de gestão de pessoal, Luiz Pontel de Souza.

As outras ações em curso envolvem a criação de novas vagas para a categoria administrativa. A PF já formalizou pedido para 2.225 vagas para agente administrativo, visando suprir o déficit na Imigração. A demanda ainda não foi atendida, mas o Governo já sinalizou com a criação de 683 vagas no Projeto de Lei nº 4.253/2015.

Uso do emblema — O encontro também serviu para reforçar o posicionamento da Administração em favor da utilização do emblema da PF pelos servidores administrativos. Segundo o diretor-geral, em breve acontecerá uma reunião para definir aspectos técnicos relativos a confecção das novas carteiras funcionais. “O emblema estará na carteira de vocês”, garantiu o Diretor.

Também participaram da reunião o vice-presidente, Anselmo Martins, o diretor jurídico, Cícero Radimarque Franco de Souza, e as suplentes de diretoria Ester Lacerda da Silva e Wanessa Carolinni de Macedo Carlos dos Santos.