Reunidos hoje (16) em Assembleia Geral Extraordinária, os servidores administrativos da Polícia Federal decidiram paralisar atividades em Brasília por 24h no próximo dia 30. O objetivo do movimento é deixar clara a insatisfação da classe com a inexistência de propostas do governo para solucionar demandas históricas da categoria. A paralisação nos demais estados está sendo decidida em assembleias locais.

A subida de tom é uma resposta ao silêncio do governo acerca do pleito de modernização das atribuições da categoria. “Há anos debatemos o assunto no Ministério do Planejamento. Houve uma sinalização positiva, mas nenhuma proposta foi formalizada”, conta a presidente do SINPECPF, Leilane Ribeiro.

O sindicato esclarece que a modernização das atribuições não prevê impacto financeiro. O desejo da categoria é que a participação dos servidores em atividades finalísticas seja regulamentada em lei, deixando claro que a carreira é fundamental para a Polícia Federal. “Já atuamos há anos em atividades como controle migratório e fiscalização de empresas de segurança privada. São atividades-fim que fazemos na prática e queremos ver registradas no papel”, ressalta Leilane.

Além disso, o sindicato informa não ter recebido proposta formal com relação a reajuste salarial para 2016. “Após o funcionalismo dizer que não aceitava os 21,3% em quatro anos, o governo não voltou a nos chamar para apresentar outra proposta”, revela a sindicalista.

A categoria adianta que não aceitará receber tratamento discriminatório em relação aos policiais federais. “Também corremos riscos e somos a parte da Polícia Federal que arrecada com cobrança de taxas e licenças. O órgão não funciona sem nós. Não é justo que ofereçam algo diferenciado aos policiais e nos deixem de fora, como se cogita”, protesta Leilane.

Para marcar a paralisação, o sindicato promete ainda uma grande manifestação em Brasília. O movimento comprometerá todo suporte à atividade policial e também setores como emissão de passaporte e de registro de entrada de produtos químicos no país. Caso a negociação siga sem avanços, o sindicato não descarta realizar novas paralisações ou até mesmo uma greve por tempo indeterminado.