O governo elaborou um mapa de todos os cargos espalhados pelos diversos escalões do Executivo Federal. O Planalto sabe quem são as pessoas nomeadas e a quais partidos estão filiadas. Feito a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o levantamento está concentrado na coordenação política do governo e vai auxiliar Lula na conversa com os partidos aliados a partir de fevereiro. “O presidente Lula está com a cabeça bem focada. Em novembro, queria formar a coalizão. Estabelecido o Conselho, passou a trabalhar para fechar o PAC. Agora, atento à eleição na Câmara, chamará os partidos aliados para discutir a composição do ministério”, confirmou o ministro Tarso Genro. 

O mapeamento dos cargos foi apresentado pelo ministro na quarta-feira, durante reunião com integrantes da executiva nacional do PSB. O senador eleito Renato Casagrande (ES), o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (RS) e o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral (RJ), conversaram com o ministro por aproximadamente uma hora, no Planalto. A intenção do grupo era perguntar os critérios que serão adotados pelo governo para a composição do novo ministério. 

De acordo com informações dos participantes do encontro, Genro repetiu o que tem dito publicamente: depois de 1º de fevereiro, o presidente Lula chamará novamente os partidos aliados para conversar sobre cargos nos diversos escalões federais. Outra informação dada aos aliados é de que, na nomeação para os escalões inferiores, os ministros das Pastas vão influenciar diretamente na escolha dos assessores. 

A notícia agradou aos integrantes da executiva do PSB. Eles reclamaram ao ministro que, no Ministério das Ciências e Tecnologia, por exemplo, a legenda tem o ministro, mas apenas três ou quatro cargos nos escalões subordinados. Já nas Comunicações, os postos são loteados entre o PT e o PMDB. 

Genro não adiantou aos pessebistas quando o processo de reforma ministerial será concluído nem tampouco nomes mais cotados para integrar o governo neste segundo mandato do presidente Lula. Mas reforçou que o PR insiste em manter o Ministério dos Transportes e que o PMDB pressiona o Executivo para aumentar sua fatia de poder no governo. 

Ontem, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, foi obrigado a negar que tivesse confirmado a indicação de Genro para substituí-lo na Justiça. A informação foi dada pelo vice-governador de Santa Catarina, Leonel Pavan, que foi recebido em audiência no ministério para pedir a criação de uma delegacia da Polícia Federal em Criciúma (SC). Segundo sua assessoria, Bastos teria apenas comentado que uma eventual indicação de Genro seria positiva para os Estados do Sul, por se tratar de um político do Rio Grande do Sul. (PTL) 

De Brasília

Valor Econômico

26/1/2007