Decepcionados com o governo servidores deliberam em favor greve geral

Os servidores do Plano Especial de Cargos – PECPF reunidos em Assembléia Geral Extraordinária, na manhã desta quarta-feira, 31, em Brasília, decidiram por maioria de votos, aprovar a proposta apresentada pelo SINPECPF e o Grupo de Trabalho, de entrar em greve até que o governo firme o compromisso de incluir a reestruturação do PECPF na Medida Provisória que será editada em setembro de 2007. Agreve será por tempo determinado e começará na próxima semana com uma paralisação de 48 horas nos dias 5 e 6 de junho. O calendário segue com paralisações de 72 horas nas semanas seguintes do mês, nos dias 12, 13 e 14, depois 19, 20 e 21, e dias 26, 27 e 28. Se ao final do prazo o governo não tiver atendido as reivindicações, os servidores do PECPF decidirão se entram em greve por tempo indeterminado.

“Independente de ser greve por tempo determinado ou indeterminado, o compromisso é de todos, é importante que cada servidor saia daqui consciente de sua responsabilidade para o sucesso do movimento, ele depende da mobilização e da união de todos. Nosso movimento quando éramos uma pequena fila de servidores culminou com a reestruturação, o concurso em 2004, a gratificação e os 200%, certamente teremos resultados ainda melhores com as sementes que estão sendo colhidas” afirmou Hélia Cassemiro. Ela lembrou ainda aos servidores que o GT não será dissolvido, e paralelamente a greve, continuará trabalhando pela reestruturação.

A decisão de paralisar as atividades foi motivada pelo aumento concedido, novamente, à carreira policial depois de o MPOG ter afirmado que não daria tratamento diferenciado às categorias da Polícia Federal constando no mesmo termo de compromisso firmado em junho de 2006; e reforçada pela a atitude do Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sérgio Mendonça em suspender a reunião do Grupo de Trabalho, sob o argumento da posse do seu substituto, Duvanier Paiva Ferreira. A Diretoria do SINPECPF se mostrou indignada com a quebra do compromisso e o tratamento recebido e decidiu junto com o GT colocar na Assembléia a proposta de greve aos servidores do Distrito Federal e a todos os estados da federação.

A diretoria de Assistência Social, Pauleana Martins lembrou a importância dos servidores de respaldar a legitimidade do SINPECPF enquanto representante da categoria e chamou a todos para demonstrar a insatisfação ao Governo. “Conclamo os colegas servidores que canalizem toda sua indignação para demonstrar nossa insatisfação e que realizemos um movimento grevista dentro da Polícia Federal nunca visto na história desse órgão, a hora é agora, estamos fortalecidos para realizar uma luta para que o governo, a Polícia Federal e a sociedade reconheçam nossa importância”.

Antes de iniciar a ordem do dia, a presidente do SINPECPF apresentou a proposta da Diretoria que reivindica a inclusão da reestruturação e da recomposição salarial do PECPF no reajuste que será dado à carreira policial em fevereiro de 2008 e 2009, na MP que será publicada em setembro de 2007. Em seguida, Hélia Cassemiro convidou os servidores a apresentar suas sugestões para também colocá-las em votação. O servidor Fernando Dantas apresentou uma proposta considerada semelhante a da Diretoria por ter o mesmo entendimento sobre as formas de reivindicação e mobilização do SINPECPF. Por sua vez, o servidor Rodnei sugeriu paralisar as atividades por tempo indeterminado. Como não foram apresentadas mais propostas, a presidente abriu a votação e, por maioria de votos ficou decidido pela greve por tempo determinado.

Os servidores foram lembrados pelo Diretor Financeiro do SINPECPF, Eugênio Moreira, que a participação massiva de todas as divisões da PF durante a greve é essencial para o movimento. A representante do Acre, Leilane Ribeiro, se declarou a favor das paralisações semanais e defendeu a legitimidade do SINPECPF e das representações. “Muitos se dizem revoltados com o Sindicato, estou revoltada, mas é com o governo que não nos respeitou enquanto categoria. Eu gostaria de contar com o respeito de vocês em relação ao SINPECPF, eles não estão errando porque representam uma maioria, se não existissem essas pessoas que acreditam e têm esperança nada daria certo”.         

“Permaneceremos assim até que o governo firme compromisso e passe a respeitar nossa categoria que é parte fundamental da Polícia Federal. Estamos lutando pelos nossos direitos e nosso reconhecimento, pois cumprimos com nossa tarefa com a Polícia Federal e a sociedade”  pontuou hélia Cassemiro    

 “O SINPECPF aguarda as deliberações das Assembléias realizadas nos estados. “

 

Comunicação Social do SINPECPF

Foto: Socorro Viana