A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados promoveu audiência pública na manhã de ontem (8) para discutir a reestruturação das carreiras de escrivães, papiloscopistas e agentes da PF. Parte da reunião girou em torno dos problemas que hoje afligem o órgão. A situação da carreira administrativa não ficou de fora, com a defesa expressa do deputado Mauro Nazif (PSB/RO).

Mauro Nazif pediu aos policiais que jamais se esqueçam dos servidores administrativos. “Quantos de vocês policiais estão hoje ocupando o espaço deles em função da carência de administrativos?”, questionou, defendendo que as reivindicações salariais e de reestruturação de carreira dos policiais também englobem o servidor administrativo. “O administrativo é importante e também merece ganhar bem”, completou.

Mauro Nazif defendeu ainda a criação de “Frente Parlamentar em defesa da Polícia Federal” para tentar solucionar os problemas que afligem hoje a instituição. Ele citou o sucesso de iniciativa idêntica realizada para a Polícia Rodoviária Federal em 2007, que teria resultado em reajuste e abertura de novos concursos.

O presidente da Fenapef, Marcos Vinício Wink, criticou o clima organizacional da PF, marcado por disputas de poder. Ele sustenta que os casos de assédio moral no órgão nunca haviam chegado a patamar tão elevado quanto o atual, afirmando ainda que os problemas não são resolvidos porque alguns gestores seriam resistentes a reformas na instituição.

Reunião com o MJ – O Ministério da Justiça foi representado pelo assessor especial Marcelo Veiga. Ele anunciou que todos os representantes classistas da PF serão convocados para reunião com o ministro José Eduardo Cardozo, marcada para 19 de novembro, na qual se discutirá alterações no conjunto de atribuições exercidas hoje pelas carreiras que integram o órgão. O diretor-geral, Leandro Daiello Coimbra, também participará do encontro. Em sua fala, Veiga enfatizou que os servidores administrativos terão assento no debate.

Veiga negou que o governo tivesse fechado as portas para os grevistas da PF e disse que o Ministério da Justiça quer primeiro entender quais são as reivindicações da categoria, pois haveria uma profusão de propostas. Ele ainda deixou claro que os debates salariais serão conduzidos pelo Ministério do Planejamento, na figura do secretário de relações de trabalho, Sérgio Mendonça.

Sérgio Mendonça também participou da audiência pública e garantiu retomar o diálogo com os EPAs em janeiro de 2013. Ele defendeu o processo negocial com os servidores públicos em greve, afirmando que o Governo ofereceu a melhor proposta possível naquele momento.

O presidente da Comissão, deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), disse que a Comissão dá total apoio à reivindicação de reestruturação das carreiras da PF. De imediato, ele sugeriu que os policiais federais aceitem o reajuste de 15,8% concedido a outras categorias.

Fotos: Agência Câmara