Olhar os servidores com mais atenção, inclusive os administrativos. Segundo o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, essa diretriz norteará sua gestão à frente do órgão. Em reunião com o SinpecPF na tarde de ontem (14), ele confirmou ter planos para instituir o regime de teletrabalho e se disse a favor de reestabelecer a atividade física institucional para o PECPF.

Para Segóvia, parte do seu trabalho é concretizar as demandas dos servidores, desde que essas não gerem conflito entre as categorias ou sejam impossíveis de serem colocadas em prática. “Não concordo com administrações que assumem papel de ‘carrasco’ junto aos servidores, dizendo ‘não’ para qualquer pleito”, afirmou o diretor-geral, garantindo que sua gestão será mais aberta e tolerante aos interesses das classes.

Se existe hoje pleito que se enquadra na definição apresentada pelo diretor-geral, esse pleito é a reestruturação do PECPF. Plenamente exequível — como atesta projeto de reestruturação da carreira administrativa da AGU, em tramitação acelerada no Congresso Nacional — a demanda também é consenso entre as categorias, algo raro na PF. “Essa é a nossa prioridade e é onde gostaríamos que a Administração colocasse mais energia”, reivindicou o presidente do SinpecPF, Éder Fernando da Silva.

Ao ser colocado a par do andamento das discussões sobre a reestruturação, Segóvia garantiu ser completamente favorável ao pleito e se comprometeu a tratar da questão junto aos ministros da Justiça e do Planejamento. “Não acho que haverá resistência em relação à matéria e quero ver nosso projeto no Congresso logo, como ocorreu com a proposta da AGU”, afirmou.

Teletrabalho e atividade física — Outro pleito do sindicato no qual o diretor-geral pretende se empenhar é na melhoria do ambiente de trabalho. Para tanto, ele se diz favorável a instituir regime de teletrabalho em alguns setores e a restabelecer a atividade física institucional para a categoria administrativa.

Em relação ao teletrabalho, Segóvia revelou que os estudos sobre a aplicabilidade do regime já começaram. “É uma questão de ver quais setores podem trabalhar dessa forma e definir as regras”, resumiu o diretor-geral, que garantiu que a medida não privilegiará determinadas categorias. “Quem puder fazer poderá optar por esse sistema, inclusive os administrativos”.

Sobre o restabelecimento do programa de atividade física institucional, Segóvia disse enxergar a questão como política de saúde, afirmando gostar da visão apresentada pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão acerca do tema. “Já solicitei à DGP que avalie a questão legalmente para que uma nova norma possa ser produzida”, afirmou.

Demandas diversas — O sindicato também solicitou empenho da Direção-Geral no fortalecimento do efetivo da categoria administrativa. “Nossa categoria está com o contingente extremamente defasado. Havia a expectativa de que todo o cadastro reserva fosse chamado e de que um novo concurso fosse aprovado, mas elas ainda não se concretizaram”, frisou o vice-presidente Anselmo Martins. Em resposta ao apelo, Segóvia afirmou que tratará do reforço da categoria com o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, em reunião sobre a aprovação de novos concursos para a PF, prevista para os próximos dias.

Já ao final da reunião, Segóvia se comprometeu a atender pedido de revogação da MOC 07/2016, que proíbe a condução de viaturas por servidores que não sejam motoristas oficiais. “É uma norma contraproducente e solicitarei a revogação à DLOG”, afirmou.

Também participaram do encontro pelo sindicato o diretor-jurídico, Cícero Radimarque, e o representante estadual de Goiás, João Luis Rodrigues Nunes.